Com olho no próximo ciclo, o sojicultor mato-grossense já está planejando a nova safra, a 2024/25, cujo plantio estará liberado nos primeiros dias de setembro. Mesmo que haja ainda um tempo considerável até lá, a nova temporada já impõe pressão e mais uma vez a produtividade, ou seja, o rendimento por hectare plantado, fará toda a diferença nas contas do produtor. Se a safra começasse hoje, haveria necessidade de colher ao menos 55,71 sacas por hectare para se chegar ao ponto de equilíbrio da safra.
Como destaca o Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea), mesmo que tenha havia um alívio sobre os custos de produção do novo ciclo, os preços pagos à saca influenciam diretamente no ponto de equilíbrio. Em abril, o Custo Operacional Efetivo (COE) para a safra 2024/25 exibiu queda de 1,23% ante março.
O COE em Mato Grosso ficou estimado em R$ 5.558,59/ha, com a redução mensal puxada, principalmente, pelo recuo de 2,79% nas despesas com defensivos e macronutrientes de 2,15%, no comparativo. O COE é o valor que o produtor tem de desembolsar para plantar um hectare de soja, em números atualizados, ou seja, se ele começasse a plantar hoje.
“Apesar do COE ser 1,33% menor que na safra passada, a preocupação para o ciclo 2024/25 ainda é grande, devido aos preços baixos e à incerteza do rendimento para a temporada. Desse modo, analisando os pontos de equilíbrio em reais por saca e saca por hectare, nota-se que até o momento, a margem do produtor modal está apertada. Sendo assim, para que o sojicultor cubra os custos é necessário que negocie a sua soja a pelo menos R$ 95,89/sc ou alcance produtividade mínima de 55,71 sc/ha na safra. Por fim, vale ressaltar que, até o momento, a safra no estado é desafiadora e o produtor deverá se atentar às oportunidades do mercado para poder minimizar os riscos na nova temporada”, como destacam os analistas do Imea.
EXPORTAÇÕES – Em abril, as exportações da soja brasileira alcançaram 14,70 milhões de toneladas (t), alta de 16,38% em relação ao mês anterior e 2,53% no comparativo com abril. Analisando o acumulado de janeiro a abril, o escoamento da oleaginosa nacional atingiu recorde de 36,79 milhões t, aumento de 10,04% ante o mesmo período do ano passado.
Para Mato Grosso, como destacam os analistas do Imea, o cenário foi diferente, as exportações alcançaram 3,84 milhões t, recuo de 17,87% ante março e de 16,38% perante a abril. Ainda, no total enviado de 2024, o acumulado alcançou 12,00 milhões t, o que representa quase 1 milhão t a menos em relação ao mesmo período de 2023.
“O cenário de diminuição dos escoamentos é reflexo da menor produção de soja (6,27 mi t) em relação à safra 2022/23 e dos preços menos atrativos. Prova disso é o valor médio por tonelada exportada de janeiro a abril, que fechou em US$ 433,61/t, recuo de 21,62% no comparativo com o mesmo período do ano passado”.
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