No 3º trimestre de 2024, foram abatidas 10,37 milhões de cabeças bovinas sob algum tipo de serviço de inspeção sanitária. Essa quantidade foi 15,3% superior à obtida no 3° trimestre de 2023, e 3,9% acima da registrada no trimestre imediatamente anterior. Mato Grosso continua liderando o abate de bovinos, com 18,3% da participação nacional, seguido por São Paulo (10,4%) e Goiás (10,2%).
A região Centro-Oeste foi a responsável pelo maior abate de bovinos no período, 38,2% do total, seguida pelas regiões Norte (23,0%), Sudeste (21,5%), Sul (8,8%) e Nordeste (8,5%). O abate de 1,37 milhão de cabeças bovinas a mais no 3º trimestre de 2024, em relação ao mesmo período do ano anterior, foi impulsionado por aumentos em 25 das 27 Unidades da Federação (UFs). Entre aquelas com participação nacional a partir de 1%, os incrementos mais significativos ocorreram em: Mato Grosso (+291,70 mil cabeças), Minas Gerais (+185,73 mil cabeças), Mato Grosso do Sul (+178,35 mil cabeças), São Paulo (+168,29 mil cabeças), Pará (+136,21 mil cabeças), Goiás (+97,22 mil cabeças), Rondônia (+71,98 mil cabeças) e Bahia (+55,18 mil cabeças).
Em contrapartida, a queda mais expressiva ocorreu no Rio Grande do 8 Sul (- 64,03 mil cabeças), que ainda sofre os impactos da cheia ocorrida no fim do mês de abril.
Julho foi o mês de maior atividade do trimestre, com um abate total de 3,59 milhões de cabeças, variação positiva de 22,6% em relação ao mesmo mês do ano anterior. Foi a primeira vez em que o abate de bovinos atingiu mais de 10 milhões de cabeças em um trimestre, destaca Pesquisa Trimestral do Abate de Animais, divulgada no último dia 5, pelo IBGE.
Conforme detalhamento do IBGE, Mato Grosso abateu no período 1,89 milhão de cabeças, volume 18,2% superior ao registrado em igual momento do ano passado. Em relação ao peso das carcaças abatidas, houve alta anual de 18%.
O abate de fêmeas aumentou 19,6% em relação ao 3º período de 2023, ainda influenciado pela queda do preço dos bezerros no comparativo anual, enquanto o abate de machos subiu 12,5%. As exportações do trimestre atingiram novo recorde de 706,43 mil toneladas, aumento de 30,6% na comparação anual, com recordes para julho, agosto e setembro (Secex/MDIC).
O abate gerou 2,75 milhões de toneladas de carcaças, aumentos de 14,7% em comparação com o mesmo período de 2023 e de 6,4% da quantidade aferida no trimestre imediatamente anterior. É um recorde considerando toda a série histórica.
No 3º trimestre de 2024, o peso médio de carcaças bovinas foi de 265 kg, variação negativa de 0,5% em relação ao trimestre equivalente de 2023, influenciado pelo aumento do abate de fêmeas entre os períodos. Em comparação ao 2º trimestre de 2024, houve aumento de 2,4%. O somatório de fêmeas abatidas (4,22 milhões de animais), correspondeu a 40,7% do total de bovinos. O abate de novilhas (fêmeas com menos de 2 anos) foi proporcional a 31,2% do total de animais do sexo feminino, o que equivale a 1,32 milhão de cabeças.
Na comparação com o 3º trimestre do ano anterior, o abate de vacas apresentou incremento de 18,8%, enquanto o abate de novilhas cresceu 21,2%. Em relação ao trimestre imediatamente anterior, o abate de vacas caiu 5,5%, enquanto o de novilhas teve variação negativa de 9,1%. O abate de animais machos totalizou 6,15 milhões de cabeças, sendo que os bois (machos com dois anos ou mais) representaram 93,2% desse montante. Essa categoria 7 apresentou variação positiva de 13,5% em comparação ao 3º trimestre de 2023, enquanto o abate de novilhos ficou estável na mesma comparação. Frente ao trimestre imediatamente anterior, o abate de bois teve incremento de 12,3%, e o abate de novilhos aumentou 17,9%. No período desta pesquisa, o peso médio das carcaças foi de 300,94 kg e 272,83 kg para bois e novilhos, respectivamente, enquanto a média para vacas e novilhas foi, por essa ordem, 216,94 kg e 211,89 kg.
MT EM DESTAQUE – Segundo dados da Secretaria de Comércio Exterior (Secex), no 3º trimestre de 2024 as exportações brasileiras de carne bovina in natura acumularam um novo recorde, de 706,43 mil toneladas.
Mato Grosso manteve a liderança no ranking de estados exportadores, ao enviar 154,10 mil toneladas de carne bovina ao exterior (+25,5%), tendo como principais destinos, em termos de volume exportado: China (42,7%), Filipinas (6,6%) e Emirados Árabes Unidos (5,3%).
São Paulo e Goiás seguiram na segunda e terceira posições, exportando, respectivamente, 150,52 mil toneladas (+43,0%) e 98,24 mil toneladas (+14,6%). Em comparação com o 3º trimestre de 2023, considerando os estados com participação acima de 1,0% nas exportações nacionais, as variações positivas mais expressivas ocorreram em São Paulo (+45,23 mil toneladas), Mato Grosso (+31,35 mil toneladas) e Mato Grosso do Sul (+23,62 mil toneladas).
“Tal patamar representou um aumento de 30,6% no volume exportado e de 26,7% do faturamento em comparação com o 3º trimestre de 2023, enquanto o preço médio reduziu em 3,1%. Em relação ao trimestre imediatamente anterior, houve aumento de 15,4% no volume exportado, acompanhado do incremento de 14,2% no faturamento e da redução de 1,1% do preço médio praticado no período, computado em US$ 4 452,33 por tonelada”, apontam os analistas.
A China manteve-se como o principal destino do produto no mercado internacional, apesar da queda de 62,7% para 51,6% na participação das exportações brasileiras na comparação entre os terceiros trimestres de 2023 e 2024. O total de 364,51 mil toneladas foi proporcional ao aumento de 7,5% (+25,38 mil toneladas) em relação ao período equivalente de 2023. O país ocupa o primeiro lugar na lista de destinos desde 2018, quando a Peste Suína Africana comprometeu boa parte do seu rebanho e o mercado chinês recorreu a outras fontes de proteína para o seu abastecimento.
Os Estados Unidos apresentaram crescimento expressivo, de 379,6% (+39,85 mil toneladas), assumindo a segunda posição, enquanto Filipinas, com crescimento de 71,0%, ocupou a terceira posição. O Chile, ainda que com queda de 8,3% (-2,58 mil toneladas) em relação ao mesmo trimestre de 2023, ocupou a quarta posição.
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