Dados do Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea) mostram que pela primeira vez em 2024, a participação de fêmeas no abate total ficou abaixo dos 50% no estado.
Como detalham os analistas, em junho, Mato Grosso enviou 600,74 mil bovinos para o gancho, conforme estatísticas do Indea-MT. O volume é 4,26% inferior quando comparado a maio. “Dentro desse contexto, a participação de fêmeas sobre o abate total de bovinos foi de 49,72%, menor volume dos últimos seis meses, sendo 1,78 ponto percentual (p.p.) abaixo do registrado em junho de 2023. Assim, a variação anual dos abates de fêmeas no estado no último mês também reduziu, ficando em +11,57% (ante jun/23). Ao passo que no mesmo período de 2023 o indicador girava em torno dos 36%. Isso significa dizer que, apesar de a participação de fêmea em 2024 estar acima da média histórica, a intensidade nos abates tem reduzido. Essa retração na participação de fêmeas e na variação anual reforça a transição do ciclo pecuário neste ano”, explicam os analistas.
Dentro dessa nova dinâmica, a perspectiva no curto prazo é que a intensidade da oferta de animais nas indústrias de Mato Grosso reduza.
EXPORTAÇÕES – Em junho, Mato Grosso exportou 57,33 mil toneladas em equivalente carcaça (TEC) de proteína bovina, queda de 16,07% ante maio, conforme dados da Secretaria de Comércio Exterior (Secex). Apesar da redução no comparativo mensal, o volume é o maior já registrado para o mês de junho, o qual superou o recorde de 2023.
“Com isso, no primeiro semestre de 2024, o estado já enviou 348,85 mil TEC para o mercado exterior, recorde na série histórica para o período. Ainda, a China continuou como a principal compradora de carne bovina, com participação de 41,82% do volume exportado no semestre (11,88 p.p. abaixo da participação do 1º sem/23). Outro destaque é que os Emirados Árabes têm apresentado força nas compras, com participação de 14,36% no mesmo período, aumento de 10,50 p.p. quando comparado ao primeiro semestre do ano passado. Por fim, para o esse segundo semestre, espera-se que as exportações continuem em alto patamar, uma vez que sazonalmente o volume exportado neste período tende a ser maior que na primeira metade do ano”, destacam os analistas.