O Banco do Brasil vai disponibilizar R$ 103 bilhões para a próxima safra, conforme disse o presidente da instituição Paulo Caffarelli.
No anúncio feito nesta terça-feira (11), ele exaltou a participação do agronegócio para a recuperação da economia brasileira. "O agronegócio tem sido fundamental no esforço de retomada", disse ele.
O BB citou o avanço de 13,4% do setor no Produto Interno Bruto (PIB) do primeiro trimestre deste ano, que subiu 1% na margem.
Segundo o executivo, o segmento responde por 22% do PIB nacional e 43% das exportações brasileiras, que somaram US$ 107,714 bilhões no primeiro semestre. "O agronegócio também contribuiu para o saldo da balança comercial". A balança teve superávit de US$ 36,219 bilhões nos primeiros seis meses do ano. As declarações foram dadas durante discurso no lançamento do Plano Safra 2017/2018.
"Sem prejuízo ao comércio, aos serviços e à indústria, agronegócio é o propósito desse País, nossa vocação em essência, onde nós nos destacamos", reforça.
Caffarelli ainda ressaltou que a safra recorde 2016/2017, estimada atualmente em 237,21 milhões de toneladas, conforme a Conab, contribuiu com boas notícias em outros indicadores econômicos, como a inflação. "A safra recorde ajudou na queda nos preços de alimentos, beneficiando as famílias brasileiras."
O presidente do BB afirmou que o banco é líder na concessão de crédito para o agronegócio brasileiro, com 60% de participação. Segundo ele, 26% do total da carteira da instituição é destinada ao agronegócio. Durante o discurso, Caffarelli confirmou que os recursos liberados pelo banco para a Safra 2017/2018 (R$ 103 bilhões) será 30% maior do que os da safra anterior (R$ 72 bilhões), conforme antecipou o Broadcast. "O agronegócio é fruto do crédito, tecnologia e eficiência dos produtores", ressaltou o executivo.
MAGGI – O ministro da Agricultura, Blairo Maggi, fez durante o lançamento do Plano Safra 2017/2018 do Banco do Brasil uma defesa da conquista de mercados no exterior. Segundo ele, "mercado não se conquista dando beijinho, mas na cotovelada e na botina".
Maggi elogiou também os diplomatas brasileiros que atuam no exterior e que, segundo ele, são "importantes para o nosso negócio". De acordo com o ministro, com a diplomacia ciente de que o principal negócio do País é fazer negócio lá fora, o Brasil vai crescer. Durante sua fala, Maggi também disse que tem viajado porque sabe que "o futuro da agricultura depende disso". Ele também destacou a modernização do agronegócio nas últimas décadas e afirmou que a Embrapa "virou uma potência agrícola".
Perto do fim de sua fala, ele convocou uma salva de palmas ao presidente Michel Temer, presente ao evento do BB. De acordo com Maggi, Temer proporciona "liberdade na Agricultura".
MEIRELLES – O ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, disse ontem, que a continuação da política macroeconômica "previsível" e da agenda de reformas implicará em maior crescimento. "É essencial continuarmos com agenda de reformas. Este é o caminho para o Brasil mais justo e mais próspero", afirmou, em evento de lançamento do Plano Safra 2017/2018 do Banco do Brasil. Meirelles disse ainda que o crescimento trará como consequência mais recursos para investir em saúde e na área social.
Meirelles aproveitou o evento para passar uma mensagem positiva sobre o presidente Michel Temer, como outros integrantes do governo que falaram antes dele. O ministro disse que o presidente é o "grande responsável" pelo sucesso na área agrícola.
"Estamos comemorando com muita razão o sucesso da agricultura brasileira. O presidente Michel Temer é o grande responsável por esse sucesso que estamos comemorando. O País está saindo da maior recessão da história com um ano e um mês de governo", declarou Meirelles.
Em sua fala, o ministro disse ainda que não há evidências de que a crise política tenha impacto na economia. "Isso é fato." O ministro afirmou que o Brasil continua a ter boas notícias no segundo trimestre, "apesar da expectativa de alguns".
Ele lembrou que o ritmo anualizado de crescimento da economia no primeiro trimestre foi de mais de 4% e destacou o crescimento nas vendas de bens de capital no segundo trimestre. "O investimento no Brasil caiu 30% em dois anos e agora começa a crescer. O empresário brasileiro investe porque está confiante e percebe que Brasil continuará crescendo", acrescentou.
Em uma crítica a governos anteriores, Meirelles disse que o ciclo de crescimento atual "é para valer", e não artificial, baseado em uma bolha de crédito. "O crescimento é baseado em investimento e é sustentável", acrescentou.
O ministro ponderou que o último indicador econômico a mostrar crescimento será o emprego, que é o "objetivo final" da política econômica. "O desemprego parou de subir e teremos queda no segundo semestre".
Ele destacou dados de junho que continuam indicando crescimento, como a alta nas vendas de papelão, automóveis, no comércio e no consumo de energia. E rebateu análises de que a economia desacelerou no segundo trimestre. "Muitos insistem em lutar contra os fatos".
Para o ministro, a discussão de se o Brasil vai ou não crescer desaparecerá e o debate passará a ser sobre produtividade. Meirelles ressaltou os dados positivos no setor agrícola e disse que a surpresa positiva na safra ocorreu porque a produtividade cresceu muito. "O objetivo macroeconômico é fazer com que a produtividade da agricultura se espalhe para outros setores da economia", afirmou, citando os setores de serviço e indústria.