O presidente do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), Luis Alberto Moreno declarou que acredita que o crescimento da economia brasileira deve se ampliar este ano, podendo chegar a 3%. A grande dúvida é se o País vai conseguir fazer as mudanças estruturais para que a expansão não fique restrita ao curto prazo e continue ao longo dos anos.
‘O Brasil está mudando e se fala em crescimento de 2,5% a 3%. Acho que é um número realista‘, disse ele após participar de evento do Fórum Econômico Mundial em São Paulo nesta quinta-feira, 15. Entre as mudanças estruturais necessárias para o País seguir crescendo, Moreno disse que a reforma da Previdência tem papel central.
‘Já venho ao Brasil há muitos anos e a diferença é que há dez anos ninguém falava da reforma da Previdência e ninguém queria fazê-la. Hoje todo mundo comenta‘, afirmou o presidente do BID. ‘Obviamente é uma decisão difícil que os brasileiros vão ter que tomar, mas é central para a questão fiscal brasileira.‘
As eleições presidenciais de outubro, disse Moreno, podem ser um risco ou não para o cenário da economia brasileira. ‘Quem vai determinar isso são os brasileiros‘, afirmou. Para ele, diferente de outros países da América Latina, o brasileiro tem um jeito próprio que permite costurar acordos em Brasília. ‘Isso é muito importante para a sociedade.‘
Moreno participou de um painel do Fórum Econômico em que destacou a questão da corrupção. Ele disse que o combate às práticas irregulares se transformou em tema central para os países da América Latina. Na região, afirmou ele, não existe tema mais importante do que recuperar a confiança.
O presidente do BID citou que o Brasil tem combatido a corrupção com a Operação Lava Jato, mas mencionou uma pesquisa que mostra que 62% da população da região acredita que o quadro da corrupção piorou. ‘É preciso romper a conexão entre as finanças do governo e a corrupção‘, afirmou ele durante o debate.