Dados são do Banco Central, compilados pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) mostra que o 1º mês de vigência do Plano Safra 2016/2017, julho, apresentou queda de 34% no valor contratado pelos produtores rurais (agricultura e pecuária) mato-grossenses, se comparado a igual mês de 2015. O montante derivado da Letra de Crédito do Agronegócio (LCA) baixou de R$ 1,455 bilhão para R$ 959,065 milhões entre um ano e outro. Também houve redução de 23,5% no número de acessos no período analisado, passando de 3,519 mil para 2,689 mil. A redução é decorrente das dificuldades enfrentadas com o clima na safra anterior, que dificultaram a quitação de contratos.
Enquanto os bancos não liberam crédito sem ter quitado contratos antigos, o desempenho do subsídio federal tende a ficar abaixo do constado no ano anterior.
Os 900 agricultores de Mato Grosso que acessaram o crédito rural em julho receberam juntos o equivalente a R$ 764,441 milhões. Este montante representa 79,7% do total liberado pelo governo federal para o Estado (R$ 959,065 milhões) somente no 1º mês do Plano Safra 2016/2017.
Dos R$ 764,441 milhões financiados pelos agricultores, 58,6% foram destinados ao custeio da safra agrícola, em valores nominais, correspondendo a R$ 448 milhões. Em julho de 2015, apesar da adversidade econômica que já perturbava o país, os produtores rurais mato-grossenses haviam capitalizado R$ 1,119 bilhão para o custeio, um volume 59,9% maior que neste ano. “Este é um reflexo claro dos problemas enfrentados pelos produtores rurais com a queda na produção em decorrência da estiagem na safra 2015/2016. Para piorar a situação, as instituições financeiras só liberam os recursos de um novo Plano Safra, quando os contratos do plano anterior são quitados. Não é esta a situação de grande parte dos produtores mato-grossenses”, pontua Nelson Piccoli, diretor financeiro da Federação da Agricultura e Pecuária de Mato Grosso (Famato).
Ele avalia que o cenário tende a ser diferente nos próximos meses, com a regularização de muitos produtores, que será realizada principalmente por meio de renegociação. Ainda em relação à destinação dos recursos, dos R$ 764,441 milhões contratados em julho, 34,3% ou R$ 262,226 milhões foram destinados aos investimentos e 7% à comercialização, o que corresponde a R$ 54 milhões. Em julho de 2015, eram R$ 110 milhões para investimento e R$ 22,023 milhões para comercialização.