O site Mato Grosso Econômico traz para você que a Intenção de Consumo das Famílias (ICF) caiu 4,6% (69,9 pontos) na comparação com abril de 2016 e registrou queda de 27,5% em relação a maio de 2015. Todos os componentes registraram queda na comparação mensal e na anual.
Segundo a pesquisa, o nível de confiança das famílias com renda abaixo de dez salários mínimos mostrou queda de 5,4% na comparação mensal; e o daquelas com renda acima de dez salários mínimos, queda de 0,8%. O índice das famílias mais ricas está em 76 pontos, e o das demais, em 68,8 pontos. Os índices abertos por faixa de renda também continuam abaixo dos 100 pontos.
Na base de comparação mensal, os dados regionais revelaram que a maior retração ocorreu na região Norte (-10,7%), em que o índice permanece abaixo de 100 pontos, em conjunto com todas as outras regiões. A avaliação menos desfavorável ocorreu na região Sul, com queda de 1,3%.
A baixa mensal do índice foi influenciada pela queda intensa de todos os componentes, que estão nos menores valores das suas séries.
A confiança do consumidor teve aumento em janeiro e fevereiro deste ano, embora de baixa intensidade. Em março, houve a primeira queda do ano, tendência que permanece até este mês. O volume de vendas do varejo brasileiro obteve seu pior desempenho para um 1º trimestre desde 2001, de acordo com a Pesquisa Mensal de Comércio (PMC) divulgada na segunda semana de maio pelo IBGE. Sem contabilizar os segmentos automotivo e de materiais de construção, o faturamento real do varejo restrito recuou 7,0% na comparação com os três primeiros meses de 2015. Até então, o pior primeiro trimestre do varejo havia sido o período de janeiro a março de 2003, quando houve queda de 6,0%. No conceito ampliado, ou seja, considerando-se todos os dez segmentos avaliados pelo instituto, a retração alcançou 9,4%, registrando, igualmente, o pior comportamento das vendas. A série histórica do varejo ampliado teve início em 2004. À exceção dos segmentos de hiper e supermercados (-2,8% ante o primeiro trimestre de 2015) e do comércio automotivo (-13,5%), todos os demais ramos varejistas registraram taxas recordes negativas nas respectivas séries históricas.
O componente Emprego Atual registrou queda de 2,5% em relação ao mês anterior e queda de 15% na comparação com o mesmo período do ano passado.
O percentual de famílias que se sentem mais seguras em relação ao Emprego Atual é de 29,4% ante 30,1% em abril de 2016.
Nas regiões Centro-Oeste, Nordeste e Norte, estão as mais confiantes em relação ao Emprego Atual (130,1, 108,6 e 102,1 pontos, respectivamente), com variações mensais de +0,4%, -2% e -2,8%, na ordem respectiva. Por outro lado, as regiões Sul e Sudeste registraram menor nível de confiança, contabilizando 99,7 e 88,9 pontos, respectivamente. Apesar do enfraquecimento contínuo do componente, o índice geral e os regionais, exceto os do Sudeste e do Sul, ainda estão acima da zona de indiferença, de 100 pontos.
Momento para duráveis
O componente Nível de Consumo Atual apresentou queda de 8,7% em relação ao mês anterior e queda de 39,2% comparativamente ao mesmo período do ano passado. A maior parte das famílias declarou estar com o nível de consumo menor que o do ano passado (65,9%, ante 62,6% em abril de 2016). O índice está em 44,8 pontos.
O elevado custo do crédito, o alto nível de endividamento e o aumento do desemprego são os principais motivadores da deterioração da intenção de compras a prazo. O componente Acesso ao Crédito teve queda de 5,6% na comparação mensal e de 33% em relação a maio de 2015.
O item Momento para Duráveis apresentou queda de 3,7% na comparação mensal. Em relação a 2015, o componente mostrou recuo de 39,1%. O índice segue abaixo da zona de indiferença. A taxa de juros para o consumidor, representada pela taxa média de juros das operações de crédito com recursos livres para pessoas físicas e divulgada pelo Banco Central, está em um patamar bastante elevado e no maior valor da série iniciada em março de 2011. A taxa estava em 67,9% ao ano na divulgação referente a fevereiro de 2016 e, em março de 2016, número mais recente, registrou 69,19%. A maior parte das famílias – 75,7%, ante 74,8% em abril de 2016 – considera o momento atual desfavorável para aquisição de duráveis.
Por corte de renda, as famílias com renda de até dez salários mínimos registraram queda de 5,7% no quesito Momento para Duráveis na comparação mensal, e as com renda acima de dez salários apresentaram aumento de 3,6%. Regionalmente, esse indicador variou de 58,1 pontos (Sul) a 24,9 pontos (Norte).
Perspectiva profissional
As famílias mostraram piora nas perspectivas em relação ao mercado de trabalho, na comparação mensal, com queda de 3,9%. Em relação ao mesmo período do ano passado, o componente apresentou recuo de 15,9%. A maior parte das famílias – 48,8% – considera negativo o cenário para os próximos seis meses. O índice registrou 93 pontos, atingindo, portanto, resultado abaixo da zona de indiferença (de 100 pontos).
O item Perspectiva de Consumo registrou queda de 4% em relação a abril de 2016. Na comparação anual, o índice apresentou recuo de 37,5%, com 54,9 pontos. Na base de comparação mensal, as famílias com renda até dez salários mínimos mostraram queda de 5,3%; e aquelas com renda acima de dez salários apresentaram aumento de 3,4%.
Mesmo com perda de força da inflação e seus impactos favoráveis sobre o volume de vendas, o contínuo encarecimento do crédito e a confiança fragilizada de consumidores e empresários levaram a Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC) a reforçar a expectativa de que 2016 será o pior ano do setor varejista desde o início da PMC, em 2001. No conceito restrito, a entidade revisou de -4,5% para -4,8% a expectativa de variação do volume de vendas para 2016 e manteve em -8,8% sua projeção de variação do varejo ampliado.