A comercialização da safra 2021/22 de milho, em Mato Grosso, está atrasada em relação ao mesmo período do ano passado, conforme levantamento realizado pelo Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea). Incertezas em relação ao rendimento das lavouras, e até mesmo acerca dos preços e do dólar, têm feito o produtor tirar o pé do acelerador e acionar o modo ‘compasso de espera’.
Conforme o relatório de comercialização de milho para as safras 2021/22 e 2022/23, em Mato Grosso, as vendas da atual safra – que se encontra em pleno desenvolvimento -, avançaram 3,34 pontos percentuais (p.p.) em relação ao último relatório e finalizou o mês de abril com 57,86% da produção comercializada do total estimado, cerca de 40 milhões de toneladas (t). “Apesar do avanço, houve uma desaceleração na comercialização e ela está 15,94 p.p. atrasada frente à safra anterior. Isso está sendo observado porque o produtor está cauteloso nas negociações, no aguardo de preços mais valorizados nos próximos meses. Além disso, incertezas quanto à produtividade do cereal {motivado pela redução das chuvas no Estado} também limitaram as vendas no último mês”.
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Já em relação à safra 2022/23, o volume comercializado em abril cresceu 0,80 p.p. e finalizou o mês com 9,43% da produção estimada para a temporada, também bastante atrasada em relação aos ciclos passados. A safra 2019/20, estava em abril de 2020 com quase 30% negociados e a safra 2020/21, nesse mesmo momento do ano, passava ligeiramente dos 15% comercializados.
“Devido às incertezas quanto à oferta e o preço dos fertilizantes para a safra futura, bem como nos preços futuros do cereal, o produtor está receoso para fechar negócios e travar seus custos”, completam os analistas.
CORTE – A perspectiva de menos milho é decorrente da redução significativa no volume de chuvas em grande parte das regiões produtoras do Estado durante o mês de abril, e ainda, as perspectivas climáticas de permanência da estiagem em algumas localidades no decorrer deste mês. “Em consequência do reajuste na área e na produtividade do Estado, a nova produção ficou estimada em 39,35 milhões t, queda de 2,99% frente ao observado na estimativa anterior, no entanto, ainda 20,83% a mais que a temporada passada”, completam os analistas.
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