Com o fim da primavera e o início do verão, que ocorreu a partir das primeiras semanas deste mês, a constatação é que o clima tem favorecido os cultivos da região do centro-norte do país, trazendo boas expectativas para os produtores de grãos. A análise é da última edição deste ano do Boletim de Monitoramento Agrícola, Cultivos Verão (Safra 2021/2022), divulgado pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab). Para Mato Grosso, maior produtor nacional de soja, a safra mais úmida segue benéfica para o desenvolvimento da maior parte das lavouras, no entanto, acende uma luz amarela para os produtores de algodão, que podem contabilizar problemas com a germinação das sementes, justamente pelo excesso de umidade no solo.
A publicação indica que o desenvolvimento dos cultivos de verão nos estados de Mato Grosso, Goiás, Minas Gerais, Pará, Rondônia e na região do Matopiba (Maranhão, Tocantins, Piauí e Bahia) foi beneficiado por bons volumes de chuva. Há casos até, em algumas regiões, onde o excesso de precipitação exigiu a interrupção e a redução no ritmo das operações de semeadura.
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Em relação à soja 2021/22, o clima em Mato Grosso está beneficiando a maioria das lavouras, que até o momento encontram-se em floração, formação de vagens e enchimento dos grãos. “As boas condições podem resultar em aumento de produtividade”. Pontualmente foram registrados longos períodos nublados e excessos de chuvas por vários dias em dezembro, o que pode impactar a taxa fotossintética em momentos críticos de desenvolvimento. No entanto, o efeito só será registrado durante a colheita, mediante a qualidade dos grãos.
Em relação ao algodão – cultura que Mato Grosso detém a maior produção nacional – a semeadura segue lenta, concentrada em poucas áreas no Estado. “Ademais, os trabalhos devem se intensificar a partir de janeiro de 2022, após o início da colheita da soja. Excessos de chuvas foram registrados na região sudeste de Mato Grosso, onde há uma maior concentração de lavouras no Estado. O solo extremamente umedecido pode comprometer a germinação e emergência das sementes”.
RESUMO – Também nos estados de São Paulo e Mato Grosso do Sul, a predominância foi de uma condição favorável aos cultivos desta estação, apesar de restrições localizadas por falta de chuva no estado sul-mato-grossense em cultivos próximos à fronteira paulista e ao estado do Paraná.
Por outro lado, a região Sul sofre a influência negativa de baixas precipitações ocasionadas pelas condições do fenômeno La Niña. A ocorrência se dá nos cultivos de verão na metade oeste do Paraná, no oeste de Santa Catarina e no noroeste e centro do Rio Grande do Sul. No entanto, as áreas cultivadas com arroz têm tido um bom desenvolvimento, já que são manejadas sob o sistema de irrigação por inundação, com os reservatórios em níveis satisfatórios.