Em Mato Grosso, o ritmo da colheita da safra 2022/23 de soja vem perdendo força devido à menor disponibilidade de áreas neste período. Desse modo, a colheita alcançou 94,83% das áreas finalizadas até a última sexta-feira (10), avanço de 6,70 pontos percentuais (p.p.) no comparativo semanal. Os dados são do Boletim Semanal do Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea).
Conforme os analistas do Imea, o indicador está próximo do observado na safra passada, com diferença de apenas 1,94 p.p. em relação ao mesmo período. Entre as regiões, a nordeste exibe a menor área colhida ante as demais, totalizando 86,64% das lavouras. Já as mais adiantadas são a norte, com 98,93% da área cultivada já colhida, e a médio norte, com 98,90% da superfície com trabalhos finalizados.
No que tange aos rendimentos das áreas em que a colheita foi finalizada nesta semana, a produtividade permanece em altos patamares em comparação ao histórico, no qual, na última semana apresentou uma pequena redução de 0,05% ante a semana passada, ficando estimada em 61,75 sc/ha na média do Estado. “Daqui em diante é esperado que a produtividade semanal continue reduzindo, devido à finalização das áreas mais arenosas e de menor investimento tecnológico no Estado”, advertem os analistas.
Leia também: Se fosse um país, MT seria terceiro maior produtor mundial de soja
MERCADO – As negociações da soja para a safra 2022/23, em Mato Grosso, avançaram 7,11 p.p. em fevereiro, alcançando 52,26% da produção. “O ritmo das vendas aumentou devido aos bons resultados produtivos nas lavouras do Estado, o que motivou o produtor a negociar mais”, completam os analistas.
Sobre o valor da soja negociada no mês, o preço médio fechou em R$ 148,59/sc, recuo de 0,64% no comparativo mensal, pautado pela redução no prêmio do porto e do dólar. Em relação à safra futura (2023/24), as negociações alcançaram 4,92% da produção até fevereiro, avanço mensal de 2,08 p.p.. O percentual está 11,36 p.p. atrás do observado no mesmo período na safra 2022/23 e 7,57 p.p. ante a média dos últimos cinco anos. “O atraso é pautado pela mudança do perfil do produtor, que tem segurado o grão visando preços maiores. Em relação ao preço, o valor médio registrado no mês foi de R$ 132,08/sc, recuo de 2,86% ante o mês anterior, devido ao recuo do dólar futuro”.