A colheita da soja para a safra 2023/24 alcançou 12,82% das áreas finalizadas até a última sexta-feira (19), um avanço semanal de 6,36 pontos percentuais (p.p). O percentual revela o maior volume de área colhida, quando comparado ao mesmo período das safras passadas e à média dos últimos cinco anos, conforme dados do Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea).
Conforme o Imea, a colheita da safra 2022/23, em igual momento do ano passado, chegava a 5,90% da área cultivada. Já na média dos últimos cinco anos, para o mesmo período de análise, a colheita estava em 7,93% da área estadual.
Conforme os analistas do Imea, o avanço da colheita estadual foi impulsionado pelo encurtamento do ciclo da soja em função das condições climáticas registradas no início da safra.
“O adiantamento dos trabalhos a campo foi pautado pelo encurtamento do ciclo da soja em algumas áreas, devido aos problemas climáticos, principalmente nas regiões em que é feito o algodão 2ª safra”, explicam os analistas.
Em relação às regiões, destaque para a oeste e o médio-norte mato-grossense, que alcançaram 13,15% e 8,48% das áreas previstas, respectivamente. No que se refere à produtividade média das áreas colhidas na semana passada, o indicador semanal está bem abaixo das médias dos ciclos anteriores, o que já era esperado em função dos problemas com seca nas áreas precoces registrados em MT. Desse modo, o rendimento médio semanal das áreas colhidas fechou em 39,25 sc/ha no estado, segundo os informantes do Instituto.
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REVISÃO – Com o início da colheita de soja em Mato Grosso, o Imea revisou os dados de safra para a temporada 23/24. A estimativa de área da oleaginosa foi mantida em 12,17 milhões de ha, alta de 0,37% em relação à safra passada. Quanto ao rendimento, a produtividade da soja apresentou redução de 7,41% ante a projeção de dez/23 e de 13,99% em relação à safra passada, ficando previsto em 53,59 sc/ha em Mato Grosso.
“Mais uma vez esse cenário reflete o clima quente e os longos períodos sem chuvas em vários municípios de Mato Grosso (influenciado pelo intenso fenômeno El Niño), o que impactou no desenvolvimento das lavouras, principalmente nas áreas com o ciclo precoce. Entre as regiões do estado, os menores rendimentos foram no oeste, no nordeste e no centro-sul, estimativas de 52,63 sc/ha, 52,86 sc/ha e 52,90 sc/ha, respectivamente. Por fim, com o ajuste na produtividade, a produção aguardada para o estado ficou estimada em 39 milhões de t, redução de 13,93% em relação à safra passada”.