De acordo com dados do Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea), cerca de 90% das áreas cultivadas com algodão na safra 2023/24, no estado, chegaram ao fim de abril semeadas dentro da janela ideal, cenário esse, como frisam os analistas, que somado às condições climáticas favoráveis, contribuiu para o desenvolvimento da cultura.
No entanto, na fase fenológica que o algodão se encontra, às atenções se voltam para as precipitações, uma vez que o grande volume de chuvas registrado em abril comprometeu o andamento dos tratos culturais, além de que o maior índice de umidade. “Neste momento, pode intensificar a incidência de pragas, além de causar a podridão do baixeiro, refletindo na produtividade final. Por fim, as previsões do NOAA afirmam que o volume de chuva diminuirá nas próximas semanas, o que tende a favorecer o manejo da cultura”.
Apesar da janela de plantio trazer menos aflição ao resultado final da cultura, a condições climáticas adversas seguem sendo um desafio, inclusive, para manutenção da sanidade das lavouras. “Com chuvas escassas durante o plantio em alguns municípios e excesso em outros desde fevereiro, além da presença do bicudo-do-algodoeiro, há ainda a queda nas cotações internacionais. Existe o aparecimento do bicudo sob um cenário de cotações atingindo os menores patamares em quatro meses, devido a liquidações especulativas, tem frustrado os cotonicultores. Na bolsa de Nova York, os contratos para julho e dezembro encerraram com retrações de 5,5% e 4,2%, respectivamente”.
Ao mesmo tempo, bicudo, segundo os técnicos tem prejudicado até 90% das lavouras. Para combater essa praga e outras, como o complexo de lagartas, pulgões e ácaros, os produtores são obrigados a realizar um número elevado de aplicações de agrotóxicos: em média, 26 aplicações de inseticidas e oito aplicações de fungicidas por ciclo da cultura.
Na safra 2023/24 de algodão, Mato Grosso começou com otimismo, registrando um aumento de 16,84% na área destinada ao algodão, alcançando 1,40 milhão de hectares. Esse crescimento está relacionado, principalmente, à menor rentabilidade da cultura do milho, de acordo com o Imea.