Começou a colheita do milho safrinha em Mato Grosso, referente à safra 2022/23. Conforme o Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea), os trabalhos foram retomados no campo, no último dia 16. Nessa primeira parcial de acompanhamento – realizada até a última sexta-feira (19) – dos mais de 7,2 milhões hectares cultivados, 0,16% da área estava colhida.
Os analistas do órgão destacam que 4esse percentual está 1,08 ponto percentual (p.p.) e 0,09 p.p. atrás do registrado no mesmo período da safra 2021/22 e das médias dos últimos cinco anos, respectivamente, “uma vez que o início da semeadura dessa temporada também foi um pouco atrasado”.
Em relação ao desenvolvimento das lavouras, de acordo com as projeções do Instituto, 89,36% das áreas atingiram a fase de florescimento e polinização e menos de 11% do total encontra-se em fase de alta exigência hídrica. “Estima-se que a maior parte das lavouras se desenvolveu dentro de um regime ideal de chuvas. Dessa forma, segundo o Tempo Campo, a previsão de chuva acumulada para os próximos 30 dias é de 10 mm a 20 mm na maior parte do Estado, sendo esse um cenário característico deste período do ano, o que pode favorecer o avanço da colheita nas próximas semanas que tende a se intensificar em meados de junho.
De acordo com o Instituto, a área do milho segunda safra no Estado registra aumento de 3,78% ante a temporada 2021/22. Essa estimativa de incremento anual é reflexo do aumento na demanda e a menor oferta do milho no mercado mundial para a safra 2022/23.
Leia também: Exportações do milho mato-grossense recuam na comparação anual, aponta Imea
“No que se refere à produtividade, diante dos bons resultados das condições climáticas e das lavouras até o mês de abril na maior parte de Mato Grosso, a estimativa de produtividade média do ciclo 2022/23 foi reajustada para 105,62 sacas por hectare (sc/ha), alta de 1,27% em relação à estimativa passada e 3,33% acima quando comparada à safra 2021/22. Com a manutenção da área em relação ao relatório anterior e o reajuste positivo na produtividade é aguardado uma produção de 47 milhões de toneladas, alta de 7,22% quando comparada ao ciclo passado”.
CUSTO DE PRODUÇÃO – O Imea também divulgou a atualização do custo de produção do milho de alta tecnologia da safra 2023/24. De acordo com os dados do Projeto Rentabilidade, referente a abril, o custeio caiu 0,70% ante março. “Essa retração se deu devido à diminuição nos custos com fertilizantes, de 1,79%, e operações mecanizadas, de 1,70%. Com a queda no custeio, o Custo Operacional Total (COT), ficou estimado em R$ 5.114,26/ha. Para que o produtor consiga cobrir despesas é necessário que comercialize a safra a um preço médio de R$ 48,42/sc e o preço até abril, da saca, ficou em R$ 47,28/sc. Assim, considerando esse cenário de preços abaixo do Ponto de Equilíbrio, seria necessário que o rendimento da safra atingisse pelo menos 108,18 sc/ha para que um produtor rural consiga cobrir seus custos. Dessa forma, a combinação de custos altos e preços em queda, chamam à atenção quanto às margens dos produtores para a próxima temporada”.