A segunda estimativa para o ciclo 2021/22, divulgada ontem pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), indica que Mato Grosso deve produzir 81,64 milhões de toneladas de grãos, 11,7% acima do obtido em 2020/21, quando foram ofertadas mais de 73 milhões de toneladas (t). Mais que um novo recorde de produção, os dados reforçam o contexto de que o Estado vai ofertar mais milho do que soja no próximo, com previsão histórica de quase 40 milhões t.
Caso os dados se confirmem, Mato Grosso será responsável por 28% de toda a oferta de grãos e pluma do País e se manterá o maior produtor nacional pelo décimo ano consecutivo. Esse levantamento aponta ainda para recordes de área e produção à soja e ao milho.
Leia também: MT amplia em 46% demanda por crédito rural nessa safra
O milho deverá ser a cultura de maior expansão neste novo ciclo, ampliando a oferta em 20%. Conforme a Companhia, o cereal deve somar 39,50 milhões t. No último ciclo foram 32,80 milhões t. Em área, a projeção é de alta de 8%, saindo de 5,83 milhões de hectares (ha) para novo recorde: 6,27 milhões.
O milho, diante da avaliação dos técnicos da Conab, pode ser a cultura mais beneficiada pelo regime de chuvas que deve favorecer o ciclo 2021/22. Reflexo de clima bom e plantio na hora é demostrado na projeção da produtividade que deve crescer 12% ante a safra passada e ultrapassar 6,2 mil quilos/ha.
A soja também tem projeções positivas e deve superar as marcas, até então históricas para área e produção. A cultura vem sendo impulsionada pelos bons volumes de chuvas e semeada no momento certo. Diferente do ocorrido no ano passado, quase 100% da área estimada estará coberta em Mato Groso até o final da primeira quinzena de novembro. Com um cenário positivo, a Conab acredita em uma oferta de 38,06 milhões t, 4,2% acima do volume anterior, em 36,52 milhões t. Para a área plantada a expansão esperada é de 3,8%, com a superfície saindo de 10,47 milhões de ha para 10,87 milhões.
Para o algodão, a nova safra será de recuperação. Também com dados apontando evolução sobre o ciclo anterior, a Companhia projeta incremento anual de área em 10%, de 961 mil hectares para 1,05 milhão. Em produção é aguardada a oferta de mais de 1,81 milhão t de pluma, o que se confirmado, será 12% maior que o colhido no último ciclo.
BRASIL – A produção no País deve crescer 14,7 milhões em relação ao ano passado e cravar 289,8 milhões de toneladas de grãos.
O boletim destaca ainda os aumentos na produção de soja, com crescimento de 3,5% na área a ser cultivada, e de milho, sobretudo o de segunda safra, que foi severamente afetado pela situação climática adversa na safra anterior. No caso da oleaginosa, a produção estimada é de 142 milhões de toneladas, mantendo o País como o maior produtor e exportador mundial. Quanto ao milho, o volume total de produção deve chegar a 116,7 milhões de toneladas, com aumento de 2,5% na área a ser cultivada com a cultura de primeira safra.
O algodão também apresenta aumento na produção. A ampliação de 9,3% na área a ser semeada, chegando a 1,49 milhão de hectares, influencia para uma melhor produção, estimada atualmente em 2,65 milhões de toneladas de pluma.