O consumo de carne suína per capita em Mato Grosso cresceu mais de 200% nos últimos 20 anos. A afirmação é do diretor executivo da Associação dos Criadores de Suínos de Mato Grosso (Acrismat), Custódio Rodrigues.
“Em 2004, o consumo de carne suína em Mato Grosso era de 7kg per capita por ano. Após o intensivo trabalho de promoção da proteína no estado, conseguimos aumentar esse número para 25 kg per capita ano agora em 2024, o que dá um aumento de 257% em duas décadas”, revelou o diretor executivo.
Liderança dos suinocultores do estado, Custódio Rodrigues apresentou um panorama geral sobre a cadeia produtiva da carne suína em Mato Grosso, o 5º maior produtor nacional da proteína e 1º colocado fora da região Sul.
O diretor destacou as diferenças entre a suinocultura regional e os demais estados do ranking de maiores produtores. “O perfil da suinocultura de Mato Grosso é diferente dos estados do Sul. Nós temos aqui muita produção independente e um número bem menor de suinocultores integrados, cerca de 40%”, explicou.
Neste contexto, ele acredita que investir no consumo interno é a solução para o retorno do crescimento da suinocultura do estado. “Temos que dar ênfase na promoção da carne suína dentro do nosso país e, principalmente, dentre do nosso estado. O Mato Grosso é um grande produtor de carne suína, mas ainda consumimos muito pouco da nossa própria produção”, finalizou.
SISBI – O presidente da Acrismat, Frederico Tannure Filho, ressaltou a importância do Sisbi para as indústrias mato-grossenses. “Nosso estado é muito rico em produção, e consegue produzir em grande quantidade produtos de alta qualidade, porém, nosso mercado consumidor é pequeno e não absorve toda essa oferta. Por isso a importância de as plantas conseguirem o selo Sisbi, para enviarmos essa produção para outros estados”, explicou.
O Sistema Brasileiro de Inspeção de Produtos de Origem Animal (Sisbi-POA), padroniza procedimentos de inspeção dos produtos de origem animal para que haja uma equivalência entre o serviço nas esferas municipal, estadual e federal.
Tannure relembrou que desde o início do ano a associação tem buscado junto ao Mapa a habilitação de plantas frigoríficas com selo Sisbi, para que a produção possa ser comercializada também com outros estados.
“Hoje são comercializados por mês cerca de 14 mil suínos vivos para abate em outros estados, essa demanda poderia estar sendo aproveitada aqui, todo esse potencial poderia estar gerando emprego e renda em Mato Grosso, porém, muitas plantas frigoríficas que pleiteiam o Sisbi ainda não receberam o selo, pois faltam médicos veterinários para atuarem nesses estabelecimentos”, pontuou.