O número de cooperativas de transporte, em Mato Grosso, cresceu 13% entre os anos de 2019 e 2020, passando de 23 para 26. Juntas, elas possuem aproximadamente 1.154 cooperados e são responsáveis por uma frota superior a 1.200 caminhões, conforme dados da Organização das Cooperativas Brasileiras de Mato Grosso (Sistema OCB/MT).
Atualmente, algumas traddings (empresas de compra e venda de commodities – ativos -), principalmente as que atuam no agronegócio, têm preferência em trabalhar com este tipo de organização e até fomentam a criação de novos empreendimentos, tendo em vista a maior segurança e facilidade nas contratações de serviços.
O presidente da Federação das Cooperativas de Transporte de Mato Grosso (Fetranscoop), Marcelo Antônio Angst, disse que a expansão do setor é algo inevitável nos próximos 30 anos. Ele chegou a essa constatação a partir das projeções de crescimento do agronegócio e ampliação das áreas de cultivo.
Enquanto para este ano estima-se uma produção de 75 milhões de toneladas, os estudos apontam que, em 2030, Mato Grosso abastecerá o mercado com 130 milhões de toneladas, o que representa um crescimento de 73,3% em nove anos. Na avaliação de Angst, isso é apenas o começo de uma demanda que será latente.
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Contudo, o presidente da federação, que hoje congrega 17 cooperativas, esclarece que as novas cooperativas vão ser criadas a partir da necessidade. Ele, que também é presidente da Cooperativa Brasil de Transportadores Rodoviários de Cargas (Brcoop), de Nova Mutum, explica que as motivações são sempre garantir de alguma forma o mercado.
Na cidade onde ele atua, Nova Mutum, por exemplo, a união dos autônomos para a formação da cooperativa se deu por conta da invasão das grandes empresas de transportes de fora do Estado. A oferta de carga as atraiu para região e se não houvesse a integração dos profissionais locais, elas teriam dominado a região. “Conseguimos legalizar todo o processo, fazer os recolhimentos de impostos, organizar os atendimentos e ainda comprar insumos e combustível mais barato. Desta forma, nós ficamos mais competitivos e retomamos o nosso espaço”, explica.
ÓLEO DIESEL, O VILÃO – Para Angst, as principais dificuldades enfrentadas pelo setor no último ano foram o aumento do óleo diesel e o não reajuste do valor do frete. Ele acredita que não adianta os profissionais ficarem aguardando a redução do preço porque isso não vai acontecer. A melhor solução para minimizar o impacto é a instalação de unidades de abastecimento nas próprias cooperativas.
Em Mato Grosso, cinco cooperativas já possuem a sua própria base de combustíveis, o que gera um lucro de aproximadamente R$ 0,25 centavos por litro, dependendo do local. Pode parecer pouco, mas a economia ganha corpo com a quantidade. Imagine este valor aplicado ao consumo de 15 mil litros por mês. O resultado é uma redução de custos de R$ 3.750 mensais.
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