O processo de reciclagem das embalagens de defensivos agrícolas para fabricação de dutos corrugados foi selecionado para ser apresentado na Conferência do Clima (COP-26), em Glasgow, na Escócia.
O case foi submetido pela Federação das Indústrias de Mato Grosso (Fiemt) ao Ministério do Meio Ambiente, junto a outros exemplos de iniciativas sustentáveis da indústria mato-grossense, e chamou à atenção pela relevância. O encontro sobre o clima e o meio ambiente reúne representantes dos 196 países signatários do Acordo de Paris e segue até o próximo dia 12.
Desenvolvido pela empresa Plastibras desde 2003, o processo garante que as embalagens de defensivos tenham a destinação correta, evitando que se tornem um passivo ambiental.
A legislação que obriga os produtores rurais a devolver todas as embalagens, lavadas e perfuradas, é considerada pioneira mundialmente e essencial para mitigar o risco de contaminação do meio ambiente. A reciclagem do material, nos moldes do que a Plastibras executa, fecha o ciclo da economia circular, já que, sem a reciclagem, as embalagens acabariam sendo incineradas.
O case será apresentado em Glasgow pelo presidente do Sistema Fiemt, Gustavo de Oliveira, no próximo dia 9. Ele deverá se licenciar do cargo para cumprir a programação das Nações Unidas, acompanhado pelo vice-presidente Silvio Rangel, como parte da delegação da Confederação Nacional da Indústria (CNI).
“Existe uma expectativa mundial quanto ao posicionamento do Brasil nesta COP, especialmente no que diz respeito à definição das metas de redução de carbono. E essa é uma questão que a CNI e a Fiemt levam muito a sério, tanto que declaramos apoio imediato ao programa Carbono Neutro MT, cuja meta de prazo para neutralização das emissões é arrojada: 2035”, comenta Gustavo.
Além disso, Mato Grosso é referência no manejo florestal sustentável e na produção de energia limpa e renovável, com a fabricação de biodiesel através de soja e a geração de energia a partir da biomassa.
O presidente da Fiemt destaca ainda a atuação do Instituto Ação Verde, que terá em breve uma atualização em sua plataforma, trazendo novidades importantes para quem busca neutralizar as emissões dos gases de efeito estufa. E também o recém-criado Instituto Amazônia + 21, que vai atuar na prospecção de projetos sustentáveis na Amazônia Legal e na atração de investidores para esses projetos.
Leia também: MT terá menor alíquota de ICMS do País para gás industrial, afirma governo estadual
Para o presidente do Instituto Ação Verde e um dos sócios da Plastibras, Adilson Varela, o case que será apresentado na COP-26 é o resultado de um trabalho que já leva 19 anos de ações que priorizam a sustentabilidade em todas as etapas de produção. Durante essas quase duas décadas, foi travada até uma batalha técnica para adequar algumas normas da Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) que proibiam a produção de dutos corrugados através de matéria-prima reciclada. “Acreditamos, investimos e buscamos sempre, sem alternância de rumo, a linha da sustentabilidade na prática”, afirma Adilson.
AÇÃO VERDE E PILARES DA CNI – O Instituto Ação Verde, que tem como objetivo promover o equilíbrio entre o meio ambiente, o bem-estar social e a atividade produtiva primária de Mato Grosso, atua cada dia mais no fomento, implementação e certificação de ações do setor produtivo.
Tanto é que a plataforma da organização está sendo atualizada e irá atender quem busca neutralizar as emissões dos gases de efeito estufa dentro de um modelo que faz referência aos quatro pilares defendidos pela Confederação Nacional das Indústrias (CNI). O projeto nacional da CNI é para consolidar a economia de baixo carbono, apoiada nos pilares: transição energética, precificação do carbono, economia circular e conservação das florestas.
De acordo presidente do Instituto, “com a plataforma remodelada será possível atender vários setores do mercado, mensurando, quantificando e precificando a quantidade de CO² que se pode neutralizar em determinado mercado”.