A atividade e o emprego na indústria da construção continuam em queda. O índice de nível de atividade ficou em 41,5 pontos e o de número de empregados foi de 39,7 pontos em setembro, informa a Sondagem Indústria da Construção, divulgada nesta segunda-feira, 24 de outubro, pela Confederação Nacional da Indústria (CNI). Os indicadores variam de zero a cem. Quando estão abaixo de 50 revelam redução da atividade e do emprego.
A pesquisa mostra que, com a fraca atividade, 43% das máquinas, dos equipamentos e do pessoal do setor estão parados. O nível de utilização da capacidade de operação do setor ficou em 57% em setembro, oito pontos percentuais abaixo da média histórica do mês. A ociosidade é maior nas pequenas empresas, em que o nível de utilização da capacidade de operação foi de 53% em setembro. Nas grandes foi de 58% e, nas médias, de 57%.
Diante deste cenário, os empresários permanecem insatisfeitos com as condições financeiras das empresas. De acordo com a pesquisa, o índice de satisfação com a margem de lucro foi de 35 pontos e o de satisfação com a situação financeira ficou em 32,3 pontos no terceiro trimestre. Os indicadores variam de zero a cem. Quanto mais abaixo dos 50 pontos, maior é a insatisfação dos empresários.
SITUAÇÃO FINANCEIRA – Além disso, as construtoras continuaram enfrentando dificuldades para obter financiamentos. Embora com uma leve melhora em relação ao segundo trimestre, o índice de facilidade de acesso ao crédito ficou em 28 pontos no terceiro trimestre, ainda muito distante dos 50 pontos. O indicador varia de zero a cem pontos. Abaixo de 50, revela dificuldade de acesso ao crédito.
Os empresários também estão pessimistas com o futuro dos negócios. Todos os indicadores de expectativas para os próximos seis meses ficaram abaixo dos 50 pontos, mostrando que a indústria da construção espera quedas no nível de atividade, no emprego, nos novos empreendimentos e serviços e nas compras de matérias-primas e serviços.
Com isso, a disposição para investir permanece muito baixa. O índice de intenção de investimento alcançou 28,8 pontos em outubro, um pouco acima dos 26,9 pontos registrados em setembro. O indicador varia de zero a cem pontos. Quanto mais baixo o índice, menor é a disposição para investir.
OBSTÁCULOS AO CRESCIMENTO – A pesquisa da CNI mostra ainda os principais problemas enfrentados pela indústria da construção no terceiro trimestre. Em primeiro lugar, com 38,6% das menções, os empresários citaram a demanda interna insuficiente. Em segundo lugar, com 33,5% das respostas, apareceu a taxa de juros alta e, em terceiro, com 32,3% das assinalações, a elevada carga tributária. A lista de obstáculos à retomada da atividade na construção também inclui a inadimplência dos clientes, a falta de capital de giro e o excesso de burocracia.
"A pesquisa foi feita antes do anúncio da redução da taxa de juros básica, a Selic. A queda dos juros é importante para a recuperação da construção, porque ajudará a melhorar a situação financeira das empresas e estimulará a demanda do setor", avalia o economista da CNI Marcelo Azevedo.
A Sondagem Indústria da Construção foi feita entre 3 e 14 de outubro com 591 empresas. Dessas, 187 são pequenas, 266 são médias e 138 são de grande porte.