O mercado de leilões de bovinos e equinos é uma das principais ferramentas para comercialização de animais, principalmente para cria, recria e engorda. Em Mato Grosso, somente os leilões presenciais, movimentaram cerca de 100 mil animais entre 2020 e 2021 e o número deve ser pelo menos 10 vezes maior se considerar os eventos virtuais, que se tornaram principal canal de vendas.
Há algum tempo, muitos canais de televisão passaram a realizar leilões de gado como uma forma de reduzir as fronteiras físicas e fazer com que produtores de todo o País pudessem comercializar entre si. Geralmente os leilões presenciais eram transmitidos pelos canais via satélite.
Com a pandemia, os eventos tiveram que ser suspensos e muitas empresas do setor tiveram que investir em tecnologia para viabilizar os leilões virtuais, com transmissão nas redes sociais e plataformas digitais. A empresária Andrea Sawamura, do setor de leilões, conta que em 2020 viram os negócios caírem após os decretos que impediam a realização de eventos e eles precisaram se reinventar.
“Tínhamos uma rotina de leilões semanais, nossos clientes já estavam acostumados a ir até o Parque de Exposições, seja para comprar ou vender, ou somente para interagir com outros produtores. Com a pandemia tudo parou. Foi quando decidimos investir em tecnologia, equipamentos, montamos um estúdio e partimos para o mundo virtual“, conta Andrea.
Com as transmissões, a empresa dela passou a realizar leilões duas vezes por semana e o faturamento superou, inclusive, o período antes da pandemia. “Com os leilões virtuais conseguimos alcançar muito mais clientes, até porque não tinha mais a necessidade de estar em Cuiabá“, conta.
O pecuarista, José Gley Figueiredo, afirma que os leilões virtuais facilitam a vida do produtor e reduzem os custos. “Agora podemos assistir de dentro da nossa casa e quando vamos vender não precisamos deslocar os animais, as imagens são feitas dentro da propriedade, ficou muito melhor”, afirma Figueiredo.
HISTÓRIA – Os leilões rurais chegaram ao Brasil na década de 1960, inspirados nos modelos uruguaios e argentinos de comercializar animais. As primeiras leiloeiras foram criadas na região Sul do País e o setor é considerado um dos principais instrumentos não só de comercialização, mas também de evolução genética dos animais. Além do comércio de animais, também é muito comum a venda de materiais genéticos para cruzamento industrial e melhoramento de rebanho.
Leia mais: Mato Grosso sedia simulação de emergência sanitária do Mapa