O terceiro levantamento referente às intenções de confinamento de bovinos, em Mato Grosso, realizado pelo Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea), apontou para uma retração de 15,94% em relação ao rebanho confinado no ano passado, quando o total foi de 837,77 mil bovinos no sistema intensivo.
A redução na oferta – pautada especialmente pelo esfriamento do consumo interno – já está sendo sentida no mercado doméstico. Diante do menor volume, a ociosidade das instalações – plantas frigoríficas – foi maior no Estado e isso resultou em uma utilização de aproximadamente 65% da capacidade em Mato Grosso.
Apesar da queda anual, há alta de 8,81% em relação ao 2º levantamento das intenções de confinamento em 2022, realizado em julho. Com os ajustes, estima-se um total de 704,23 mil cabeças de bovinos confinados em Mato Grosso em 2022.
Dentre as principais preocupações dos agentes do setor e, que inclusive impactaram na tomada de decisão do confinador, esteve a questão voltada para a precificação da arroba do boi gordo, que seguiu em queda a partir de fevereiro. “Fatores voltados para a elevada oferta, aliado à demanda interna estagnada, provocaram essa movimentação, uma vez que as fêmeas começaram a ser mais ofertadas e há um maior volume de animais jovens no mercado, enquanto a demanda continuou desaquecida no mercado interno no decorrer do ano”, explicam os analistas do Imea.
Esse cenário de retração se deu ainda que o cenário de confinamento tenha alguns pontos positivos, como apontam os analistas. Entre eles a desvalorização dos preços de alguns insumos e a queda observada nos preços dos animais de reposição. “Sob os efeitos dessa realidade mais recente sobre o setor houve ganho de perspectivas no setor, o que refletiu no acréscimo do rebanho no comparativo com os dois últimos dois levantamentos já feitos pelo Imea neste ano, julho e outubro, onde apontamos variação de 8,81%. No entanto, essa conjuntura não foi o suficiente para trazer um resultado maior que o rebanho registrado em 2021”.
De modo geral, espera-se que um maior volume de animais seja entregue em dezembro e o mercado futuro, em razão da tendência de valorização nos preços neste período, cenário baseado nas expectativas de maior demanda interna diante das festividades de final de ano e menor oferta de animais de sistemas extensivos.
Quanto à distribuição desses resultados nas macrorregiões do Estado, a região norte se destacou por registrar um recuo de 33,33% no volume de animais confinados, enquanto a região oeste apresentou incremento de 55,25% no rebanho confinado. No entanto, é importante destacar que a médio-norte é a região que ainda lidera o volume de animais no estado, somando 156,40 mil cabeças.
Para finalizar, o levantamento registrou a existência de um perfil de confinadores mais atentos às possíveis oscilações de mercado e decidiram utilizar mais dos mecanismos de proteção disponíveis no mercado para seu rebanho confinado.
Os dados foram levantados no decorrer de outubro e contaram com a participação de 133 propriedades do Estado.
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