As últimas duas safras têm sido desafiadoras para os agricultores brasileiros. A pandemia ocasionou a escassez das principais matérias-primas no campo, resultando em oscilações no mercado, altos preços e até indisponibilidade de herbicidas. Diante deste cenário, é preciso ter um manejo cada vez mais eficiente e planejado no controle das plantas daninhas.
De acordo com o pesquisador da Fundação de Apoio à Pesquisa Agropecuária de Mato Grosso, doutor em Fitotecnia, Lucas Heringer Barcellos Júnior, entre as recomendações da instituição está o Manejo Integrado de Plantas Daninhas (MIPD). A técnica é essencial à produção agrícola sustentável, com redução de custos de produção e de impacto ambiental. “A adoção do MIPD envolve os métodos de controle das plantas daninhas, como preventivo, cultural, mecânico, físico e químico”, diz.
No geral, as perdas que o produtor pode ter, caso não controle bem as plantas daninhas, podem ser grandes. Segundo Barcellos Júnior, as invasoras podem chegar a inviabilizar até mesmo a colheita e causar 100% de prejuízo, se não forem manejadas de forma correta e assertiva. A atenção deve ser redobrada, principalmente com as plantas de difícil controle.
Em Mato Grosso, por exemplo, as principais espécies de plantas daninhas são: capim-pé-de-galinha, capim-amargoso, buva, erva-quente, erva-de-santa-luzia, trapoeraba, corda-de-viola e vassourinha-de-botão. Mas, independentemente da planta daninha ou cultura plantada, seja milho safrinha, soja ou algodão, entre outras, a recomendação é iniciar o controle das invasoras antes mesmo delas emergirem, por meio dos herbicidas pré-emergentes. “Sendo necessário o controle das plantas daninhas em pós-emergência, estas devem ser manejadas nos estádios iniciais, ainda jovens”, lembra o especialista.
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ASSUNTO EM PAUTA – Diante da importância do manejo de plantas daninhas, o tema será um dos destaques durante o XXII Encontro Técnico da Soja da Fundação MT, de 26 a 29 de abril, no Hotel Gran Odara, em Cuiabá. “Abordaremos as estratégias de manejo das principais plantas daninhas presentes em Mato Grosso”, diz o pesquisador.
Há muitos anos a Fundação MT desenvolve pesquisas na área. Isso proporcionou entendimento e aplicação de diversas estratégias de manejo que devem ser utilizadas para obter sucesso. São trabalhos, inclusive de média duração, que têm ajudado na assertividade das recomendações para o controle.
Durante o encontro, serão apresentados os resultados dessas pesquisas que mostram a importância de pensar no manejo das plantas daninhas em nível de sistema de produção. “Agora, mais do que nunca, é fundamental que os produtores otimizem o MIPD em suas lavouras, a fim de contornar os desafios encontrados no mercado e terem sucesso no manejo”, destacou o doutor em Fitotecnia.
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