O governo estadual anunciou na segunda-feira (19) a construção da ferrovia de Mato Grosso ligada à malha ferroviária nacional, para exportação de grãos, sobretudo de soja e milho. Para o projeto, que deve receber R$ 12 bilhões de investimentos, o governador Mauro Mendes (DEM) divulgou chamada pública, em busca de investidores para dois ramais ferroviários no estado. Espera-se a geração de 235 mil empregos durante as obras.
Com aproximadamente 1.000 km de extensão, a obra é considerada estratégica para o setor do agronegócio, pois visa ligar Rondonópolis, Cuiabá, Nova Mutum e Lucas do Rio Verde com os principais polos do Brasil, ajudando no escoamento da produção de soja e milho.
Serão construídos 730 milhas de trilhos. A princípio, o objetivo é iniciar com operações do primeiro ramal, para Cuiabá, em 2025. Em seguida, o ramal de Lucas do Rio Verde começaria a operar em 2028.
A Federação das Indústrias de Mato Grosso (Fiemt) estimou que os novos ramais podem atrair até R$ 30 bilhões em investimentos para o estado.
Para cobrir os riscos do empreendedor, incluindo o início antecipado da ferrovia, o Ministério da Infraestrutura separou R$ 2,2 bilhões pagos pela Vale para renovar concessões.
Até o momento, a Rumo Logística já apresentou interesse ao projeto mato-grossense. A empresa atende ao projeto da Malha Norte, que liga o terminal de Rondonópolis à cidade de Porto de Santos, em São Paulo.
Ainda de acordo com o projeto, as obras serão realizadas pelo modelo de permissão, no qual o empreendedor assume todos os riscos. Este modelo se difere da concessão, que garante taxa de retorno mínimo.
Com a proposta de autorização, o governo de Mato Grosso enfrentará debates nos próximos dias com o Congresso, Tribunal de Contas da União (TCU) e ONGs, que apontam risco de dano à Amazônia.