Mato Grosso já começou a colher milho safrinha 2021/22. O início dos trabalhos já está marcado com um novo recorde a essa temporada: antecipação histórica da colheita no Estado, conforme registro feito pelo Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea).
As máquinas voltaram ao campo na semana passada. Nunca antes se registrou um início de colheita tão cedo, antes da última semana de maio. Dados do primeiro relatório de colheita divulgado pelo Imea, na última sexta-feira (20), indicam que até o momento, em Mato Grosso, foram colhidos 1,24% dos 6,32 milhões de hectares estimadas para a safra.
“Isso representa uma antecipação de 1,24 pontos percentuais (p.p.) em relação à última temporada que já havia sido ‘antecipada’ no ano passado”, apontam os analistas do Imea.
Com relação às regiões, as mais avançadas no Estado foram a médio norte, noroeste e centro sul, com 2,30%, 1,31% e 1,14% colhidos, respectivamente.
“Esse cenário positivo foi influenciado pela semeadura adiantada da soja no Estado, decorrente dos bons volumes de chuva que foram observados logo após o fim do Vazio Sanitário, ainda em setembro do ano passado. Desse modo, a cultura de segunda safra foi uma das beneficiadas com um plantio antecipado em relação a toda a série histórica do Instituto e 82,74% foram plantados dentro da janela ideal, até 25 de fevereiro, para a safra 2021/22”.
NOVO COMPASSO DE ESPERA – Agora a expectativa fica por conta do rendimento e da oferta final do milho safrinha em Mato Grosso. Abril foi marcado pela estiagem e analistas, produtores e o mercado em geral, esperam por recuos sobre a produtividade. O pico de safra do cereal ocorrerá em meados de junho, quando será possível ter uma parcial dos impactos dessa falta de chuva sobre o período de desenvolvimento das lavouras. De uma estimativa de 40,5 milhões de toneladas (t), passou para uma produção em torno de 36 milhões t. Para a Associação dos Produtores de Soja e Milho do Estado (Aprosoja/MT), há uma perda “irreversível” de 4 milhões t, o que rebaixou a projeção para 36 milhões t.
Inclusive, como já noticiado aqui no MT Econômico, a incertezas acerca da produtividade e produção desta safra, fizeram com que os produtores tirassem o pé do acelerador das negociações futuras, por medo de não ter volume suficiente no final da safra para cumprir contratos.
Leia mais: Aprosoja/MT confirma perdas ao milho e frisa que quebra é ‘irreversível’