A Haematobia irritans, popularmente conhecida como mosca-dos-chifres, é uma das principais pragas da pecuária brasileira. De acordo com a Embrapa Gado de Corte, a infestação do inseto pode causar prejuízos de mais de R$ 500 milhões à atividade (seja de corte ou de leite). O médico veterinário e gerente nacional de produtos para grandes animais da Syntec do Brasil, Thales Vechiato, explica que, “quando acometidos, os bovinos perdem muito sangue e peso, prejudicando sua saúde e ficando debilitados”.
A mosca-dos-chifres suga o sangue dos bovinos com picadas doloridas e frequentes. “Cada fêmea do inseto pode atacar um animal até 38 vezes ao dia, já os machos picam até 24 vezes. Rebanhos com menos sangue zebuíno, animais de pelagem escura e machos estão mais suscetíveis às infestações”, explica o veterinário.
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De acordo com Thales Vechiato, o gado atacado pela mosca-dos-chifres fica irritado e se alimenta muito mal. “Um bovino sob forte ataque pode perder até 2,6 litros de sangue e 40 quilos de peso vivo por ano. No caso de gado leiteiro, até 15% na produção de leite podem ser comprometidos. Em machos e fêmeas, há ainda a desvalorização do couro.”
Existem duas formas de controle desse parasita: o modo biológico e o químico. “No controle biológico, introduz-se na propriedade o besouro coprófagro, que destrói o bolo fecal dos bovinos, impedindo o desenvolvimento das larvas das moscas. Já o controle químico é feito por aplicação de inseticida, quando verificada infestação acima de 200 moscas por animal ou quando os animais estiverem muito agitados”, explica o especialista da Syntec.
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