Soja, milho e algodão. As principais commodities produzidas em Mato Grosso e que dão ao estado a liderança nacional na produção agrícola, vão contabilizando dados inéditos para esse ano-safra. Colheitadeiras e plantadeiras adiantadas vão marcando a temporada.
Em relação à soja, até a última sexta-feira (9), conforme dados mais recentes do Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea), os trabalhos chegavam à 51,50% dos 12,13 milhões de hectares destinados à cultura no estado, um avanço de 12,30 pontos percentuais (p.p.) na variação semanal. O próprio Imea destaca que os trabalhos continuam superando a média histórica dos últimos cinco anos, que para o período é de 44,91%.
Ao se comparar com o ciclo 2022/23 o ritmo também é acima. Até 10 de fevereiro de 2022 o estado havia colhido 44,10% da soja.
O oeste e o médio-norte são as regiões mais avançadas com 76,62% e 73,94% de suas respectivas áreas colhidas. Na variação semanal a região oeste avançou 13,25 p.p. com os trabalhos, enquanto a médio-norte em 18,47 p.p.
A região norte de Mato Grosso já colheu 49,09% da área de soja, enquanto a noroeste 48,45% e a centro-sul 43,91%. Em seguida vem a região sudeste com 33,72% e a nordeste com apenas 27,66%.
O MILHO – Os produtores de milho em Mato Grosso já plantaram 42,14% dos 6,94 milhões de hectares previstos para a safra 2023/24. Com a aproximação do fim da janela ideal para a cultura, o avanço na variação semanal foi de 13,49 p.p.
Assim como na soja, o ritmo no campo, nesta temporada, de acordo com o Imea, supera o percentual nessa mesma época em 2023 de 34,09%. Ao se comparar com a média histórica dos últimos cinco anos, o resultado é de 40,64% da área plantada.
“Para as próximas semanas, como ocorre historicamente em fevereiro, a semeadura do milho deve se intensificar, visto à aproximação do fim da janela ideal (final do mês), no entanto, o ritmo dependerá do progresso da colheita da soja”, destacam os analistas do Imea.
Segundo o Imea, a região médio-norte já semeou 61,44% dos 2,492 milhões de hectares previstos na safra 2023/24. Foram 19,83 p.p. plantados entre os dias 2 e 9 de fevereiro, aponta o levantamento. Já na região oeste os produtores levaram as sementes para 48,96% da área de 471,8 mil hectares, um avanço de 20,52 pontos percentuais. As regiões norte e noroeste já plantaram 38,10% e 38,09% de suas respectivas áreas destinadas para o milho.
As mais “atrasadas” são as regiões centro-sul com 29,60%, nordeste com 26,57% e sudeste com 24,51% das lavouras semeadas até o dia 9 de fevereiro.
O ALGODÃO – O clima tem favorecido a semeadura do algodão em Mato Grosso. Também como data mais recente do levantamento, até o dia 9 de fevereiro, 98,87% da área estava plantada, superando, inclusive, a média dos últimos cinco anos de 91,72%. Ao se comparar com o ciclo 2022/23 a diferença é de 17,24 p.p., ante os 81,63% semeados nessa época no ano passado. Na variação semanal, o avanço foi de apenas 3,50 p.p.
“Essa diferença pode ser explicada pelos cenários distintos enfrentados nas duas safras, de modo que as condições climáticas atuais têm favorecido o andamento dos trabalhos a campo, ao passo que, no ciclo passado, o excesso de chuvas dificultou o avanço da colheita da soja e, consequentemente, a semeadura do algodão”, destacam os analistas do Imea.
Ainda conforme o Imea, cerca de 90,10% da área projetada de 1,37 milhão de hectares foi semeada dentro da janela ideal, que foi até o dia 31 de janeiro. A região centro-sul já plantou 99,62% da sua área. Na nordeste 99,12%, enquanto no médio-norte as sementes foram colocadas em 99,05%. Já a região noroeste semeou 98,84% do algodão previsto, seguido da oeste com 98,74% e da sudeste com 98,56%.