Desde a safra 2011/12, Mato Grosso segue liderando a produção agrícola do País. No ciclo 2021/22, já encerrado, o Estado completou 11 anos ano top do ranking nacional e ainda exibe um crescimento anual de 18,4%, sobre o recorde anterior. A soja foi responsável, mais uma vez, pelo desempenho estadual.
Mato Grosso ofertou históricas 86,48 milhões de toneladas (t), ante 73,07 milhões t, conforme 12º Levantamento da Safra de Grãos publicado ontem pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab). A área plantada variou 7,4%, passando de 17,90 milhões de hectares (ha) para 19,23 milhões.
Ainda em relação às comparações, enquanto Mato Grosso cresceu a produção em mais de 18%, em um ano, a oferta nacional expandiu 5,6%, de 256,73 milhões t para 271,23 milhões t, novo recorde das lavouras brasileiras.
Ainda conforme a Conab, Mato Grosso segue ofertando mais soja do que milho, ao contrário do levantamento recente, realizado pelo Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (MT). Na temporada 2021/22, a soja mato-grossense – assim como milho – registrou novo recorde: 41,49 milhões t, 13,6% acima do recorde anterior em 36,52 milhões de t.
O milho foi a cultura mato-grossense que mais cresceu na comparação anual: 25,3%. Conforme a Conab, Mato Grosso colheu inéditos 41,10 milhões t ante 32,80 milhões t.
No algodão, a oferta de pluma avançou 25,3%, somando 1,86 milhão t.
“Embora tenha passado por adversidades climáticas em algumas regiões produtoras, principalmente nos estados da região Sul do país, esta é a maior colheita já registrada dentro da série histórica de produção de grãos no Brasil”, ressalta o presidente da Conab, Guilherme Ribeiro.
AS CULTURAS – Principal produto cultivado, a soja teve o desenvolvimento marcado pelas altas temperaturas em importantes regiões produtoras, como as lavouras do Paraná, Santa Catarina e em parte do Mato Grosso do Sul. Essa condição climática adversa trouxe impacto severo nas produtividades, influenciando na queda da produção. No Rio Grande do Sul, por exemplo, a quebra registrada superou 50%. Diante desse cenário, a colheita para o grão no país está estimada em 125,6 milhões de toneladas, uma redução de aproximadamente 10% em relação à safra 2020/21.
No caso do milho, houve uma recuperação na produção total com uma colheita estimada em 113,2 milhões de toneladas, o que representa um incremento de 30% quando comparado com o ciclo anterior. Enquanto na primeira safra houve uma certa estabilidade na produção em 24,9 milhões de toneladas, devido às condições climáticas desfavoráveis principalmente nos estados do Sul, a segunda safra foi marcada por uma retomada na produção em torno de 41,8%, sendo estimada em 86,1 milhões de toneladas.
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O resultado só não foi melhor devido à falta de chuvas em Goiás, São Paulo e Minas Gerais. Nesses estados, além da estiagem, houve registro de ataque de cigarrinhas nas lavouras, praga que também afetou a produtividade no Paraná. “Há duas safras houve o registro de cigarrinhas em regiões de clima frio. A partir daí, a praga tem aparecido de forma mais recorrente. Para a safra 2022/23, os produtores precisam ter bastante atenção quanto ao surgimento desse vetor de forma a tentar melhor controlá-lo”, explica o diretor de Informações Agropecuárias e Políticas Agrícolas, Sergio De Zen.
Outro importante produto, o algodão teve a produtividade parcialmente afetada por estresse hídrico em algumas lavouras, enquanto que a qualidade da pluma, que tem produção estimada em 2,55 milhões de toneladas, está muito boa devido ao clima. Em contrapartida, a falta de chuvas favorece o andamento da colheita, prevista para finalizar em setembro. Destaque também para o sorgo, que impulsionado pelos preços do milho registra uma produção recorde de 2,85 milhões de toneladas, crescimento de 36,9% em relação à safra passada.
Já os produtores de feijão enfrentaram problemas climáticos em todas as três safras da leguminosa. Ainda assim a produção está estimada em aproximadamente 3 milhões de toneladas, o que atende ao abastecimento do país. No caso do arroz, o volume total a ser colhido é estimado em 10,8 milhões de toneladas, apresentando diminuição em relação a 2020/21, em razão de menor destinação de área para o plantio, bem como pela redução na produtividade média nacional. Ainda assim, a produção também é suficiente para a demanda do mercado interno.
MAPEAMENTO DA SOJA – Nesta edição, a Companhia apresenta os resultados do mapeamento de áreas cultivadas com soja. Na safra 2020/2021, o trabalho foi desenvolvido nos estados da região Centro-Oeste e em Rondônia. Já na atual temporada, a metodologia foi utilizada para a região do Matopiba, composta por Maranhão, Tocantins, Piauí e Bahia. Com a conclusão das atividades, foi possível aprimorar os processos de análise e disponibilizar informações com maior segurança e transparência à sociedade, bem como promover a aplicação de novas tecnologias nas estimativas de safra da Companhia em colaboração com o Inpe. Além de viabilizar o acesso da localização de áreas cultivadas com soja, com base em sensoriamento remoto e geoestatística, a estatal atualizou as estimativas de área da soja para a região com base nesse trabalho.
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