Até julho, Mato Grosso já exportou mais de 24,65 milhões de toneladas (t) de soja, volume recorde para o período segundo dados da Secretaria de Comércio Exterior (Secex), analisados pelo Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea). Os envios em volumes inéditos se deram mesmo sob um cenário de preços e cotações em baixa.
Somente o mês de julho, por exemplo, registrou escoamento de 2,26 milhões de t da oleaginosa, aumento de 40,01% em relação ao ano passado, caracterizando o segundo maior envio observado na série histórica de julho, apontam os analistas do Imea.
“Esse cenário é justificado, principalmente, pela produção volumosa no Estado e a necessidade de abrir espaço nos armazéns. Por outro lado, apesar de um volume expressivo de embarques até o momento, em 2023, o que chama a atenção é a constante queda no valor médio pago pela soja em Mato Grosso”, pontuam.
Para se ter uma ideia, em julho/23 o valor médio dos envios fechou em US$ 489,50/t, queda de 0,85% em relação ao mês passado e 21,76% ante o mesmo período de 2022, pautada pelo “derretimento” no preço da soja. “Espera-se que em agosto os envios do Estado permaneçam aquecidos, devido à maior competitividade da oleaginosa no mercado internacional”.
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OFERTA E DEMANDA – Na última sexta-feira (11/08), o Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) divulgou o relatório de Oferta e Demanda (O&D) mundial da soja para a safra 2023/24. Para a oferta global, a estimativa de produção ficou em 402,79 milhões de t, recuo de 0,62% no comparativo mensal. Essa redução está atrelada, principalmente, ao corte na produção da safra dos EUA, que, por sua vez, é reflexo da queda na produtividade aguardada para o País. Pelo lado da demanda mundial, a projeção de agosto apontou decréscimo de 0,15% no comparativo mensal, ficando estimada em 383,95 milhões de t, devido à menor importação dos países, como Bangladesh, Egito e Paquistão. “Desse modo, com os ajustes na O&D, os estoques finais caíram 1,58 milhão de t, ficando em 119,40 milhões de t. É importante destacar que a safra dos EUA segue incerta e os resultados das lavouras poderão influenciar significativamente no quadro de O&D mundial daqui para frente”.