Em 2022, o valor de produção das principais culturas agrícolas do Brasil atingiu o recorde de R$ 830,1 bilhões em 2022, com alta de 11,8% em relação ao ano anterior. Foi a maior safra de grãos já registrada na série histórica, com 263,8 milhões de toneladas, alta de 3,8% frente a 2021. Mato Grosso novamente foi o maior produtor, seguido por Paraná, Goiás e Rio Grande do Sul.
A área plantada do país foi de 91,1 milhões de hectares, com alta de 5,2%, ou 4,5 milhões de hectares a mais do que em 2021. Os dados são da Produção Agrícola Municipal (PAM), divulgada ontem (14) pelo IBGE.
Mato Grosso teve o maior valor de produção, com R$ 174,8 bilhões, alta anual de 15,2%, seguido por São Paulo (R$ 103,0 bilhões e alta de 22,5%) e Minas Gerais (R$ 87,3 bilhões e alta de 28,1%).
Entre os municípios, pelo quarto ano consecutivo, o líder foi Sorriso (MT), alcançando R$ 11,5 bilhões, uma alta de 15,2% frente a 2021. Em seguida, vêm Campo Novo do Parecis (MT) (R$ 8,2 bilhões e alta de 7,9%) e Sapezal (MT) (R$ 8 bilhões e queda de 11,5%).
Com um total de 120,7 milhões de toneladas, a produção de soja caiu 10,5% em 2022, mas o valor da produção cresceu 1,3%, chegando a R$ 345,4 bilhões. Entre os municípios, os maiores produtores foram Sorriso (MT), com 2,1 milhões de toneladas, Rio Verde (GO), com 1,64 milhão de toneladas, e Formosa do Rio Preto (BA), com 1,58 milhão de toneladas.
A safra de milho cresceu 24%, chegando a 109,4 milhões de toneladas. O valor de produção foi de R$ 137,7 bilhões, uma alta de 18,6%. Os três municípios com as maiores quantidades produzidas do país são de Mato Grosso: Sorriso (3,8 milhões de toneladas), Nova Ubiratã (2,14 milhões de toneladas) e Nova Mutum (1,95 milhão de toneladas).
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A produção de cana-de-açúcar alcançou 724,4 milhões de toneladas, com alta de 1,2%. O valor de produção subiu 24,2% e chegou a R$ 93,5 bilhões. Os líderes em produção foram Uberaba (MG), com 9,7 milhões de toneladas, Barretos (SP) com 6,64 milhões de toneladas, e Quirinópolis (GO), com 6,59 milhões de toneladas.
A produção de café cresceu 6,3% e chegou a 3,2 milhões de toneladas. O valor de produção cresceu 48,8% e chegou a R$ 51,8 bilhões. Rio Bananal (ES), São Miguel do Guaporé (RO) e Linhares (ES) lideraram com, respectivamente, 48,5 mil toneladas, 44,0 mil toneladas e 43,7 mil toneladas.
“Com a restrição do comércio das principais commodities agrícolas, por conta dos conflitos entre Rússia e Ucrânia, e o dólar mantendo sua valorização frente ao real, os preços dos principais produtos agrícolas se mantiveram elevados”, explica Winicius Wagner, supervisor da pesquisa.
Com o bom desempenho, principalmente da segunda safra, e novo recorde na série histórica, a cultura do milho foi a que mais contribuiu para o crescimento do valor de produção agrícola no ano, alcançando 109,4 milhões de toneladas, gerando R$ 137,7 bilhões, com alta de 18,6% ante 2021.
No ranking de valor de produção, a soja liderou. Apesar da queda de 10,5% na produção em 2022, com um volume de 120,7 milhões de toneladas, o valor de produção da oleaginosa cresceu 1,3% frente a 2021, chegando R$ 345,4 bilhões. A seguir vieram milho, cana-de-açúcar, café e algodão.
“Além do recorde de produção de grãos, a manutenção do elevado patamar de preços das principais commodities agrícolas no mercado internacional contribuíram para uma alta de 6,6% no valor da produção do grupo dos cereais, leguminosas e oleaginosas, com um recorde de R$ 568,2 bilhões”, acrescenta Winícius. Com participação de 30,2% na produção nacional de grãos,
POTÊNCIA – Maior produtor de soja, milho e algodão, o Mato Grosso foi a unidade da federação com maior valor de produção agrícola. Em 2022, a produção do Estado gerou R$ 174,8 bilhões, um acréscimo de 15,2%. Mato Grosso aumentou sua participação nacional para 21,1%, e agora está à frente de São Paulo. Mais de 1/5 do valor de produção agrícola nacional se concentra no Estado.
Entre os municípios, Sorriso (MT) liderou pela quarta vez consecutiva, alcançando R$ 11,5 bilhões em valor da produção e respondendo por 1,4% do total nacional. Sorriso também teve o maior valor de produção em soja (R$ 5,8 bilhões) e milho (R$ 4,2 bilhões). O município mato-grossense também foi o quinto maior produtor de algodão herbáceo (em caroço), obtendo R$ 1,3 bilhão, e o quarto maior produtor de feijão, com 46.350 toneladas que geraram R$ 152,5 milhões.
A segunda posição ficou com Campo Novo do Parecis (MT), totalizando R$ 8,2 bilhões, alta de 7,9% em relação a 2021. A produção de soja, algodão e milho somou R$ 7,8 bilhões. No ano, Campo Novo do Parecis gerou R$ 2,2 bilhões com a produção de algodão, ocupando a terceira posição no ranking de valor da produção com o produto no país.
Sapezal (MT), terceiro colocado, apresentou valor de produção de R$ 8 bilhões, retração de 11,5% na comparação com o ano anterior. O município destacou-se na produção de algodão herbáceo, tendo o maior valor gerado com o produto, aproximadamente R$ 3,6 bilhões. Além disso, ficou na sexta posição nacional em valor da produção de soja, com R$ 3,4 bilhões.
MILHO – Com alta de 19,6% e quase toda produzida na segunda safra, Mato Grosso se manteve em primeiro lugar no ranking de produção de milho ao obter 38,3 milhões de toneladas. Os preços do grão, que começaram o primeiro trimestre em alta, caíram ao longo do ano e influenciaram diretamente no valor de produção mato-grossense, que cresceu 9,4% e alcançou R$ 42,1 bilhões. O Paraná, segundo colocado na lista, teve forte recuperação quando comparado a 2021, com expansão de 47,8% no volume produzido que gerou R$ 20,4 bilhões em valor de produção, alta de 35,7%.
Os três municípios com a maior produção do país são de Mato Grosso: Sorriso (3,8 milhões de toneladas), Nova Ubiratã (2,14 milhões de toneladas) e Nova Mutum (1,95 milhões de toneladas).
ALGODÃO – Mato Grosso (R$ 23,5 bilhões em valor de produção e alta de 12,4% no ano) e Bahia (R$ 7,3 bilhões e alta anual de 79,4%) lideram a produção nacional de algodão. Os dois estados, somados, concentram cerca de 90,7% da área plantada no país. Os três principais municípios produtores de algodão são Sapezal (MT), São Desidério (BA) e Campo Novo do Parecis (MT), com produção de 692,7 mil toneladas, 488,3 mil toneladas e 423,5 mil toneladas, respectivamente.