O plantio do milho safrinha, em Mato Grosso, chegou ao fim no último dia 7. Na comparação anual, há cerca de uma semana de atraso em relação ao fim da semeadura registrada pelo Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea), que em 2022 estavam 100% concluída já no dia 1º de abril.
Em Mato Grosso, o Imea aponta manutenção na área, produtividade e produção do milho para a safra 2022/23. Desta forma, a área de cultivo do cereal está prevista em 7,42 milhões de hectares e a produtividade em 104,29 sc/ha, resultando em uma produção de 46,41 milhões de toneladas. Do lado da demanda, o Instituto também manteve as estimativas da safra 2021/22 e 2022/23 em 43,61 milhões de toneladas e 46,27 milhões de toneladas.
Como destacam os analistas do Imea, a área destinada ao milho segunda safra no Estado está prevista em 7,42 milhões de hectares, aumento de 3,78% ante a temporada 2021/22. Essa maior estimativa, em relação a temporada passada, está atrelada ao aumento na demanda e a menor oferta do milho no mercado internacional, em decorrência da quebra de safra da Argentina e dos Estados Unidos, além da guerra na Ucrânia que diminuiu a produção do país.
Em relação à produtividade, o cenário ainda é de incertezas para a safra no que refere a condições climáticas, pragas e doenças e, o Instituto continua estimando que o rendimento médio para a temporada ficará em 104,29 sc/ha.
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“De acordo com o TempoCampo, é aguardado um acumulado de chuvas nos próximos 60 dias de 100 a 150 mm na maior parte do Estado. Por fim, com a manutenção da área e produtividade para a safra 2022/23, é aguardado uma produção de 46,41 milhões de toneladas, alta de 5,87% quando comparado com o ciclo 2021/22”, explicam.
COMERCIALIZAÇÃO – As negociações para a safra 2022/23 avançaram 3,70 pontos percentuais (p.p.) em março ante a fevereiro e fecharam com 33,74% do total esperado da produção. Esse incremento reflete a postura do produtor em estar mais voltado à comercialização, em função do bom desenvolvimento das lavouras e as previsões otimistas em relação ao clima. Por outro lado, os preços negociados recuaram 2,20%, ante a fevereiro e fecharam o mês em R$ 54,82/sc. No que se refere à safra 2023/24, as negociações estão com 2,51% do total esperado. Esse percentual está atrasado em 6,61 p.p. ante a média das últimas cinco safras e 6,13 p.p. em relação à safra 2022/23.
“Esse movimento é pautado pelo atraso nas vendas dos insumos, que reflete nas negociações em forma de barter (trocas), queda no preço do milho, além dos produtores estarem mais voltado para as vendas da soja. Por fim, o preço médio negociado ficou em R$ 47,72/sc, recuo de 2,26% ante a fevereiro”, explicam os analistas do Imea.