“Enquanto não tivermos onde guardar nossos grãos, não seremos o celeiro do mundo, seremos apenas produtores, precisamos ser donos do que produzimos”, afirmou o presidente da Associação dos Produtores de Soja e Milho de Mato Grosso (Aprosoja MT), Fernando Cadore, durante Abertura Nacional da Colheita do Milho, sobre a importância da armazenagem.
O evento aconteceu na manhã de quinta-feira (22), no Parque de Exposições de Primavera do Leste. Na ocasião, temas como armazenagem, mercado e política de crédito foram discutidos.
“O intuito do evento é fazer a discussão desses desafios, a interação entre os participantes do setor da cadeia produtiva, insumos e créditos. As portas estão abertas para esses debates, em uma safra tão importante e junto dela temos projetos, como o de armazenagem”, declarou Fernando Cadore.
De acordo com o analista da Céleres Consultoria, Anderson Galvão, a produção de milho nesta safra está reduzida, por conta das condições climáticas. “Estimamos no ano passado para esta safra de inverno a produção de 86 milhões de toneladas de milho, mas com o clima, janelas de plantio, seca, geadas, a produção dificilmente passará de 60 milhões de toneladas”, afirmou Galvão.
Dados do Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea) demonstram que o plantio de milho, em cerca de 5,7 milhões de hectares, ficou 45% da janela ideal. O superintendente do Imea, Daniel Latorraca, aponta que uma queda de 15% na produtividade está prevista.
“Esses números já apontavam problemas no futuro, se não bastasse tivemos problemas com a praga cigarrinha-do-milho. Dentro dessa perspectiva começamos otimistas estimando 36 milhões de toneladas, porém esse número se tornou 32 milhões”, explicou.
Já o presidente executivo da Abramilho, Alysson Paolinelli, enfatizou que Mato Grosso é responsável pela grande produção de milho do Brasil e merece uma atenção especial. “O Brasil não pode continuar a perder mercado de milho, temos que ampliar e muito nossa produção”.
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