Refletindo a estiagem que tomou conta de todo o mês de abril, em Mato Grosso, a produção de milho segunda safra 2021/22, ou safrinha – como é conhecida – deve sofrer uma nova revisão baixista na próxima atualização realizada pelo Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea).A informação é do vice-presidente da Federação de Agricultura de Mato Grosso (Famato), Marcos da Rosa. Até o início do mês passado a safrinha tinha perspectivas de somar mais milho do que soja e bater novo recorde de produção, acima dos 40,56 milhões de toneladas (t).
“Outro corte é esperado no próximo mês, e a estimativa pode cair para 39 milhões t”, acredita da Rosa. Conforme o ruralista, além da estiagem de mais de 20 dias em algumas importantes regiões produtoras de Mato Grosso, há relatos de severos ataques de cigarrinha no milho, fatores que devem impactar na produtividade.
Conforme o já observado pelo Imea, a safra 2021/22 de milho safrinha, em Mato Grosso, deve ficar 3% menor do que o projetado e ser finalizada de maneira diferente daquilo que era esperada pelos produtores e pelo mercado.
Apesar de o clima ter ajudado no início da semeadura há relatos de redução das chuvas durante o mês de abril. Essa estiagem deve comprometer rendimento e produção do cereal neste ciclo. Desde o começo dos trabalhos no campo as projeções apontavam para uma oferta de milho superior à da soja. Devido às revisões, a produção estadual de milho ficou estimada em 39,35 milhões de toneladas, recuo de 2,99% em relação ao levantamento anterior.
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Ainda que haja certa ‘frustração’, a estimativa atual se mostra 20% acima do que foi consolidado na safra passada – 32,56 milhões t – e com produtividade superior, em 12% á média de 92,65 sacas por hectare do ciclo 2020/21. Como já destacado pelo MT Econômico, a área cultivada é recorde, bem como a oferta revisada para baixo.
Conforme a 8ª Estimativa da Safra de Milho – 2021/22, realizada pelo Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea), os modelos climáticos atuais indicam baixos volumes de chuva para o período de maio, que variam de 10 mm a 25 mm na maior parte do Estado, salvo o norte mato-grossense, segundo o TempoCampo. “Com a redução nas precipitações, as estimativas de safra 2021/22 foram revisadas para baixo”, aponta o Imea.
Segundo o relatório, mesmo com perdas na oferta, a área destinada ao milho exibiu leve incremento. “A área ficou estimada em 6,32 milhões de hectares, acréscimo de 0,28% ante o relatório passado e 8,17% superior à safra 2020/21. No que tange à produtividade, houve queda de 3,26% em comparação com o relatório passado, ficando estimada em 103,80 sc/ha na média estadual, em consequência da escassez hídrica que vem ocorrendo desde o último mês em grande parte do Estado, principalmente no que tange às regiões centro-sul e oeste, que apresentaram queda de 6,43% e 4,23%, respectivamente”.
O início da temporada 2021/22 do milho safrinha no Estado foi caracterizado pelo adiantamento da semeadura do cereal em grande parte do Estado, motivado pela antecipação do plantio e da colheita de soja. Com a finalização da semeadura do cereal no mês de abril, a atenção dos produtores se voltou ao desenvolvimento, no qual o clima é o principal fator para a sua evolução.
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