Em 2020, o Brasil está, possivelmente, diante de dois caminhos. O primeiro deles deve ser mais fácil: colher os frutos de uma economia que esboça vontade de crescer, deixando para trás a lenta recuperação dos últimos anos. Analistas projetam um avanço que varia de 2,5% a quase 3% em 2020. A última vez que o país teve desempenho semelhante foi em 2013.
Para um país que ainda carrega as marcas da recessão dos anos 2015 e 2016, será um alento ver a atividade econômica ganhando tração, mais empregos sendo gerados e investimentos até então adormecidos, finalmente, começarem a sair do papel. O segundo caminho pode ser árduo, mas muito mais virtuoso.
A parte da retomada da economia seria basicamente a mesma descrita acima, mas a ela seria somada a manutenção de uma agenda de reformas fundamentais para o país do futuro. A questão que se coloca, portanto, é qual Brasil emergirá em 2020: o país que se contenta, de imediato, com um produto interno bruto um pouco mais encorpado ou o que manterá o ímpeto reformista para atacar os problemas estruturais?
O ano de 2019 foi praticamente consumido pela aprovação da reforma da Previdência, cujo texto final foi ratificado no Senado no final de outubro. O impacto fiscal com as mudanças de regras para aposentados e pensionistas foi expressivo — 855 bilhões de reais ao longo dos próximos dez anos — e pavimentou novas ambições para o governo de Jair Bolsonaro e para o Congresso.