O governo federal estuda um plano para reestruturar a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), mas ainda nada foi definido. Pelo menos é o que informou o Ministério da Agricultura Pecuária e Abastecimento.
Ainda haverá alguns debates sobre a forma e o alcance da reestruturação. Há cerca de dois meses, uma consultoria contratada para contribuir com uma visão externa entregou ao ministério os primeiros resultados da auditoria nos processos e ferramentas de gestão da Embrapa. Agora, técnicos da pasta analisam as sugestões dos consultores.
“Ainda não há definição sobre o tema”, acrescentou a assessoria da pasta. Ressaltamos que a ministra Tereza Cristina, em ocasiões anteriores, declarou que o processo de modernização será debatido com a Embrapa e que a privatização não está em questão”, destacou a assessoria.
Responsável por promover a reestruturação e a privatização de empresas estatais, a Secretaria de Desestatização, Desinvestimento e Mercados também se manifestou a favor da reestruturação da empresa. “A contribuição da secretaria pode aproximá-la dos líderes globais de pesquisa e desenvolvimento, com a criação de valor a partir de evolução tecnológica, genética, melhor uso da superfície e de recursos”, detalhou a assessoria da secretaria em nota.
A Embrapa não está entre as empresas públicas incluídas no Plano Nacional de Desestatização. Os representantes dos servidores da Embrapa, disseram não temer pela privatização da empresa, mas pedem para serem ouvidos sobre quaisquer mudanças.
“Nós, empregados e sindicatos, somos os que menos sabemos a respeito do que vem sendo discutido”, afirmou o presidente em exercício do Sindicato Nacional dos Trabalhadores de Instituições de Pesquisa Agropecuária e Florestal (Sinpaf), Edson Somensi. Ele lembrou que a reestruturação da empresa vem sendo discutida internamente há alguns anos.
Em 2017 e 2018, a própria Embrapa criou grupos de trabalho para que fossem propostas readequações. A partir da análise das sugestões, a empresa optou por contratar uma consultoria externa. Com a mudança de governo, o plano de reestruturar a empresa voltou a ganhar força.
Há, dentro da própria empresa, uma cobrança por ações mais imediatas, por resultados e por isso já vem passando por um processo de renovação dos empregados e de mudanças. A Embrapa já teve 12 mil servidores e, atualmente, conta com pouco mais de 9,4 mil.
Só este ano, mais de 1,3 mil empregados aderiram ao Plano de Desligamento Incentivado. Além do mais, a empresa, como outros órgãos públicos, enfrenta um momento de redução orçamentária e contingenciamentos – estimulando o debate sobre como reduzir sua dependência do orçamento público. O Projeto de Lei Orçamentária Anual (PLOA) prevê redução do orçamento da Embrapa para 2020: de R$ 3.634 bi para R$ 1.981 bi.
A Embrapa ajudou o Brasil a ser o que é hoje em termos de agropecuária. Por isto, a empresa tem grande responsabilidade e pode continuar ajudando o país a se desenvolver.