O Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea) divulgou a terceira estimativa do Valor Bruto da Produção (VBP) de Mato Grosso para 2024. A projeção do VBP total do estado ficou em R$ 163,26 bilhões, 9,85% maior que a última estimativa, mas 18,74% menor que a do ano passado. Este recuo foi reflexo da queda substancial nos preços das principais commodities, o que teve um impacto significativo no resultado final.
Segundo o relatório, o setor da agricultura, que representa 80,70% do VBP total, registrou uma queda de 23,57% em relação a 2023, alcançando um faturamento de R$ 131,75 bilhões. O VBP é a receita gerada dentro das propriedades levando em conta preços médios do mercado de um determinado período e a produção de cada cultura. É a receita da ‘porteira pra dentro’.
Para a terceira estimativa de 2024, foi projetado recuo de 28,24% no VBP mato-grossense da soja, ante a sétima estimativa de 2023, totalizando R$ 73,14 bilhões. Esse declínio é atribuído à queda nos preços da oleaginosa, além da menor produção.
No cenário da cultura do milho, a terceira projeção do VBP mato-grossense de 2024 indica uma queda de 28,95%, quando comparada a sétima estimativa de 2023. Esta redução é reflexo da desvalorização do preço do milho, em Mato Grosso. Ademais, a queda no valor do cereal resultou em uma diminuição da rentabilidade.
No âmbito da cultura do algodão, estima-se uma queda de 2,84% no VBP mato-grossense em 2024 ante a estimativa de 2023. Esse cenário é atribuído à expressiva desvalorização das cotações da pluma em Mato Grosso, resultado da expectativa de aumento na oferta do produto.
No contexto da bovinocultura de corte, a 3ª estimativa do VBP para 2024 foi projetada em R$ 26,38 bilhões, representando uma alta de 11,95% em relação à 7ª estimativa de 2023. Esse crescimento foi impulsionado pelo aumento na produção da proteína vermelha, reflexo do elevado abate de bovinos neste ano, no estado.
Em 2024, o VBP da suinocultura em Mato Grosso apresentou um leve aumento de 0,28% em comparação à sétima estimativa de 2023. Esse avanço se deve, principalmente, ao crescimento no volume de carne suína exportada pelo estado, apesar da redução na produção decorrente da saída de suinocultores da atividade.
Para o setor avícola, projeta-se um aumento de 6,96% do VBP para 2024, em comparação a 2023. Esse crescimento reflete a maior demanda, tanto para exportação quanto para consumo em outros estados, devido à crise climática enfrentada pelo Rio Grande do Sul, um dos principais produtores.