A produção mato-grossense de grãos e pluma, safra 2022/23, deve novamente ser recorde e somar mais e 89,55 milhões de toneladas (t), 3,5% acima do volume histórico anterior em 86,48 milhões t. Porém, conforme atualização da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), toda a pujança terá novamente o milho como alicerce, podendo encerrar o ciclo com mais milho do que soja em Mato Grosso.
Ainda que haja perdas na oferta de soja, Mato Grosso será, pelo 12º ano consecutivo, o maior produtor agrícola do Brasil, e deverá responder, sozinho, por pouco mais de 28% de tudo que o País contabilizar no ciclo atual. Esse 1º Levantamento da Safra de Grãos 2022/23 divulgado, pela Companhia.
Conforme o levantamento, Mato Grosso deve colher menos soja no novo ciclo em relação ao realizado em 2021/22. A oferta deve recuar 0,8%, passando de 41,49 milhões t para 41,14 milhões t no atual ciclo. A retração está projetada mesmo sobre um avanço de 4,98% sobre a área plantada – novo recorde com 11,65 milhões de hectares – contudo, pautada na perda de produtividade em 5,5% na comparação anual. O clima ainda é uma incógnita sobre as lavouras, ao menos nesse primeiro momento do plantio.
Na outra ponta, o milho volta a ser destaque nos levantamentos da Conab para Mato Grosso. O Estado deve ofertar mais milho do que soja, com a oferta do cereal passando de 41,10 milhões t para 44,07 milhões t, o que se confirmado garante um avanço anual de 7,21%. No mesmo comparativo, a área plantada aumenta 6,33% e atinge superfície recorde de 6,89 milhões de hectares.
O algodão também tem projeção de aumento na oferta da pluma em 17,8% em relação ao ciclo recém encerrado. A fibra deve somar 2,07 milhões t e uma área plantada 2,5% acima do que havia sido em 2021/22.
Para a produção brasileira de grãos, a Conab estima 312,4 milhões t na safra 2022/23, o que se confirmado colocará Mato Grosso responsável por quase um terço da oferta nacional. Ainda conforme a Companhia, o volume supera em 41,5 milhões t o recorde obtido na temporada recentemente finalizada, quando foram colhidos 270,9 milhões t.
Leia também: Chuvas regulares devem favorecer plantio de soja em Mato Grosso
De acordo com o documento, a área destinada para o plantio apresenta um crescimento de 2,9% em relação ao ciclo 2021/22, sendo estimada em 76,6 milhões de hectares. “Vale ressaltar que no Brasil, considerando a sua vasta extensão territorial, há o cultivo de três safras em períodos distintos. Assim, para todas as culturas são utilizados, aproximadamente, 52,6 milhões de hectares”, reforça o presidente da Conab, Guilherme Ribeiro.
APOSTAS – Dentre os produtos, destaque para soja e milho que juntos devem registrar uma produção de 279,3 milhões t. No caso da soja, os agricultores brasileiros devem destinar uma área de 42,89 milhões de hectares, um crescimento de 3,4% se comparada com a safra passada. A semeadura do grão ocorre dentro da janela nos principais estados produtores e chega a 4,6% da área, com o maior índice registrado no Paraná (9%), seguido de Mato Grosso (8,9%) e de Mato Grosso do Sul (6%). Com o avanço da área, a estimativa da Conab para a produção da oleaginosa é de 152,4 milhões t.
Importantes produtos para o mercado interno, arroz e feijão também tendem a apresentar queda na área plantada. Ainda assim, a estimativa é de uma produção de arroz em 10,8 milhões t, enquanto a da leguminosa deve atingir 2,96 milhões t, o que garante o abastecimento no país. “O feijão é uma cultura de ciclo curto, o que apresenta uma vantagem para o produtor que consegue adequar o seu plantio dentro de uma janela menor, sem ter que renunciar à produção de outros grãos ainda no mesmo ano-safra. Nesse cenário, o Brasil possui três épocas distintas de plantio, favorecendo assim uma oferta constante do produto ao longo do ano”, destaca o diretor de Informações Agropecuárias e Políticas Agrícolas da Conab, Sergio De Zen.
Leia mais: Oeste mato-grossense lidera plantio de soja e ritmo supera média histórica