Um levantamento feito pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos(Dieese) aponta que o salário mínimo no Brasil deveria ser de R$ 3.940,24 para suprir as necessidades e despesas do trabalhador e sua família.
Neste valor seria possível garantir alimentação, moradia, saúde, educação, vestuário, higiene, transporte, lazer e previdência.
O cálculo é feito toda mês pela Dieese desde 1994 com base na cesta básica mais cara do país (atualmente a de São Paulo) e nunca havia chegado nesse patamar.
No mês passado, o salário mínimo necessário estava em R$ 3.777,93. Em junho de 2015, foi de R$ 3.299,66.
O valor de R$ 3.940,24 do cálculo atual representa mais de 4,4 vezes o mínimo real, que foi para R$ 880 desde o início do ano.
Pela lei atual, o salário mínimo no Brasil é reajustado pela soma da variação do INPC (inflação para população de baixa renda) no ano anterior, acrescido da taxa de crescimento real do PIB dois anos antes.
Já que o PIB ficou parado em 2014 e teve queda em 2015, o que deve se repetir em 2016, o próximo aumento real ficará no mínimo para 2019.
Em um vídeo, o economista Carlos Eduardo Gonçalves explica quais seriam as consequências práticas se o salário mínimo "necessário" fosse estabelecido por lei:
"O que vai acontecer com a pessoa hoje empregada que ganha um salário baixo? (…) Você acha que elas vão continuar todas empregadas ganhando R$ 3.700 ou elas vão ser mandadas emboras porque a contribuição delas pro produto final da empresa não vale esses R$ 3.700?".