Os prêmios de exportação para a soja brasileira têm apresentado uma valorização significativa para as entregas de fevereiro e março de 2025, alcançando um ágio de US$ 0,04 por bushel. Este aumento reflete valores praticados nos estados de São Paulo, Minas Gerais e Goiás, com base na soja destinada ao Porto de Santos/SP, aponta o Agrolink.
Gabriel Ribeiro, especialista de Inteligência de Mercado da Grão Direto, destaca que a valorização dos prêmios é um sinal positivo para o mercado brasileiro, mesmo com a boa safra americana. “Apesar das boas perspectivas para a safra americana, que entrou agora em um período crucial e decisivo, o fato de os prêmios brasileiros estarem positivos é um indicativo de que o mercado está aquecido. A incerteza política nos EUA também pode estar atraindo compradores para o Brasil, que veem a soja brasileira como uma opção vantajosa”, afirma Ribeiro.
Ele continua: “A soja do Brasil está atraente para os compradores internacionais. Mesmo com a oferta significativa nos EUA, o fortalecimento do dólar e a tendência de baixa nas cotações de Chicago tornam a soja brasileira ainda mais competitiva. O desconto em relação às cotações internacionais e o impacto positivo do dólar fazem com que o produto brasileiro se destaque no cenário global.”
Ribeiro também aborda o impacto da logística no mercado de grãos. “A logística é um dos três pilares essenciais para o mercado de grãos, junto com a produção e a negociação. Nos estados de São Paulo, Minas Gerais e Goiás, a logística pode influenciar a manutenção dos prêmios elevados. A escassez de caminhões e a alta demanda em outras regiões podem afetar a dinâmica dos preços”, explica.
Ele destaca que “os prêmios atuais, que variam de 110 a 150 cents de dólares/bushel para algumas regiões com origem no Porto de Santos, oferecem uma oportunidade atraente para os produtores que ainda possuem soja disponível. Com os preços e prêmios atuais, o produtor pode equilibrar melhor seus custos e obter um preço médio mais favorável para a soja.”
Além disso, Ribeiro faz um alerta sobre o futuro do mercado. “Estamos vendo uma valorização crescente do milho, o que pode aumentar a demanda por caminhões e afetar os preços dos fretes. A expectativa de alta no preço do diesel também pode influenciar a logística e os custos de transporte”, ressalta o especialista.