O Valor Bruto da Produção Agropecuária (VBP) de Mato Grosso vai confirmando a projeção de mais um recorde de faturamento e deve fechar 2021 com R$ 191,30 bilhões. Além de se manter na dianteira nacional de receita gerada da porteira para dentro, o Estado será responsável por 17,3% de tudo que o Brasil contabilizar na agropecuária.
Dados atualizados pelo Ministério da Agricultura Pecuária e Abastecimento (Mapa) mostram que o VBP mato-grossense atinge em 2021 o quarto saldo anual crescente e consecutivo. O valor previsto será recorde sobre o valor já histórico do ano passado, em R$ 172,25 bilhões, impondo ainda um crescimento de 11%.
Estão contribuindo para as projeções do VBP estadual as performances de duas commodities agrícolas e duas da atividade pecuária: milho e soja e boi e frango, todas em ascensão em relação a 2020 e três delas com perspectivas de faturamento recorde.
Conforme o Ministério, o milho é a cultura com maior ganho de receita em relação ao consolidado no ano passado: 18,95%, saindo de R$ 32,23 bilhões para R$ 38,34 bilhões. Na sequencia está a soja com incremento anual do VBP em 12,47%, saindo de R$ 85,27 bilhões para R$ 95,91 bilhões neste ano. A soja é o carro-chefe do agronegócio mato-grossense, exibindo sempre a maior projeção de receita entre todos os produtos listados.
Tanto a receita originada na lavoura como na pecuária apontam com projeções de cifras recordes para 2021. No campo a receita deve sair de R$ 140,35 milhões para R$ 156,50 milhões neste ano. Na pecuária, o faturamento deve passar dos atuais R$ 31,90 milhões para R$ 34,80 milhões. Sozinha, a agricultura é responsável por 81,67% dos mais de R$ 191 milhões prospectados ao Estado.
Na lavoura, o algodão tem projeção de perdas de faturamento, saindo de R$ 17,70 bilhões para R$ 17,60 bilhões neste ano. A cana-de-açúcar também deve registrar recuo. O faturamento sai de R$ 2,60 bilhões para R$ 2,51 bilhões em 2021.
Na pecuária são destaques a bovinocultura, que também deve cravar receita inédita: R$ 27,84 bilhões ante R$ 24,83 bilhões no ano passado. A avicultura também projeta ganhos para 2021, devendo faturar R$ 3,47 bilhões contra R$ 3,28 bilhões no ano passado. Suínos e as produções de leite e ovos devem fechar com cifras abaixo do contabilizado no ano passado.
Considerando o ranking nacional dos maiores VBPs para 2021, Mato Grosso lidera, seguido pelo Paraná (R$ 142,71 bilhões), São Paulo (R$ 126,11 bilhões), Rio Grande do Sul (R$ 121,36 bilhões) e Minas Gerais (R$ 111,57 bilhões).
Para o Brasil, o VBP está estimado em R$ 1,10 trilhão, 9,8% superior ao do ano passado (R$ 1,009 trilhão). As lavouras representam R$ 757 bilhões, 12,8% acima do valor de 2020, e a pecuária, R$ 352 bilhões, 4% maior em relação ao ano passado. “Apesar dos problemas climáticos deste ano, como a falta de chuvas e geadas, o VBP é um recorde histórico num período de 32 anos”, analisa José Garcia Gasques, coordenador de Avaliação de Políticas e Informação do Ministério da Agricultura Pecuária e Abastecimento.