O abate de bovinos, em Mato Grosso, recuou 3,6% neste segundo trimestre do ano quando comparado ao mesmo período do ano passado (abril, maio e junho). Mesmo sendo o Estado detentor do maior rebanho do País e ainda assim liderando o abate no País, 41,04 mil cabeças deixaram de ser abatidas no Estado, no período de comparação.
Conforme dados do IBGE, no 2º trimestre de 2022, foram abatidas 7,38 milhões de cabeças de bovinos sob algum tipo de serviço de inspeção sanitária. Essa quantidade foi 3,5% superior à obtida no 2° trimestre de 2021, e 5,7% acima da registrada no trimestre imediatamente anterior. Maio foi o mês de maior atividade, quando foram abatidas 2,59 milhões de cabeças, 6,9% acima do mês equivalente de 2021, enquanto abril apresentou a menor atividade do trimestre, com 2,26 milhões de cabeças abatidas, equivalente à variação positiva de 0,3% na mesma comparação.
A região Centro-Oeste apresentou a maior proporção de abate de bovinos no período, 36,1% do total, seguida pelas regiões Sudeste (23,6%), Norte (20,8%), Sul (10,9%) e Nordeste (8,6%).
O abate de 252,57 mil cabeças de bovinos a mais no 2º trimestre de 2022, em relação ao mesmo período do ano anterior, foi ocasionado por aumentos em 19 das 27 Unidades da Federação (UFs). Entre aquelas com participação acima de 1%, os aumentos mais significativos ocorreram em: São Paulo (+163,90 mil cabeças), Minas Gerais (+59,34 mil cabeças), Mato Grosso do Sul (+35,62 mil cabeças), Tocantins (+28,74 mil cabeças), Bahia (+28,30 mil cabeças), Paraná (+25,49 mil cabeças) e Maranhão (+12,20 mil cabeças).
Em contrapartida, as maiores variações negativas ocorreram em: Goiás (-73,77 mil cabeças), Mato Grosso (-41,04 mil cabeças), Rondônia (-22,66 mil cabeças), Rio Grande do Sul (-4,29 mil cabeças) e Acre (-3,57 mil cabeças). “No ranking das UFs, Mato Grosso continua liderando o abate de bovinos, com 15% da participação nacional, seguido por São Paulo (12,0%), Mato Grosso do Sul (11,3%) e Minas Gerais (10,3%)”.
Leia também: Intenção de confinamento aumenta 22% e oferta deve somar 647 mil animais
“A alta no abate de bovinos ocorre pelo segundo trimestre consecutivo após um período de baixa, especialmente do abate de fêmeas que vinham sendo poupadas para as atividades reprodutivas desde o fim de 2019. A recente desvalorização dos bezerros parece estar levando a um descarte maior de fêmeas. Também é relevante considerar que a carne de fêmeas, principalmente de novilhas, está sendo mais requisitada pelo mercado externo”, destaca Bernardo Viscardi, supervisor de indicadores pecuários do IBGE.
Os dados mostram que houve grande aumento na participação do estado de São Paulo em relação ao mesmo período do ano anterior, com alta de cerca de 163 mil cabeças. Viscardi explica um dos fatores que contribuíram com esse número. “Aparentemente, parte do abate que era realizado em Mato Grosso e Goiás, que tive problemas com embargos por conta do mercado chinês e reduziram suas escalas de abate ao longo do período, foram transferidas para os frigoríficos de São Paulo”.
RETRATO – O total de fêmeas abatidas foi de 2,93 milhões de animais, correspondendo a 39,7% do total de bovinos. O abate de novilhas (fêmeas com menos de 2 anos) correspondeu a 28,2% do total de animais do sexo feminino, o que equivale a 826,62 mil cabeças. Na comparação com o 2º trimestre do ano anterior, o abate de vacas apresentou crescimento de 12,8%, enquanto o abate de novilhas aumentou em 12,7%. Em relação ao trimestre imediatamente anterior, o abate de vacas aumentou em 5,6% e o de novilhas teve variação positiva de 8,1%.
O abate de animais machos totalizou 4,45 milhões de cabeças, sendo que os bois (machos com dois anos ou mais) representaram 92,8% desse montante. A categoria bois foi a única a ter variação negativa em relação ao 2º trimestre de 2021, apresentando baixa de 3,3%, por outro lado, o abate de novilhos registrou um aumento de 24,1%. Em relação ao 1º trimestre de 2022, o abate de bois apresentou variação positiva de 5,2%, enquanto o de novilhos registrou incremento de 5,5%. No período desta Pesquisa, o peso médio das carcaças foi de 298,39 kg e 252,80 kg para bois e novilhos, respectivamente, enquanto a média para vacas e novilhas foi, por essa ordem, 218,50 kg e 208,99 kg.
Leia mais Exportações de carne bovina atingem novo recorde em 2022