Com o prolongamento da crise na suinocultura de Mato Grosso, que obrigou diversos produtores a abandonarem a atividade nas últimas semanas, diretores da Associação dos Criadores de Suínos de Mato Grosso (Acrismat) viajaram a Brasília para se reunir ontem com o ministro da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), Marcos Montes, na tentativa da implantação de medidas que ajudem o setor a se recuperar.
Na pauta, a realidade do preço elevado do milho e do farelo de soja que, juntos, correspondem a mais de 80% do volume da ração fornecida aos animais. As constantes majorações têm elevado o custo de produção nas granjas, argumentam os criadores. Junto a essa situação, há ainda a desvalorização da proteína no mercado, conjuntura que está levando a atividade à beira do colapso. Produtores de diversas regiões registraram prejuízos de até R$ 300 por animal vendido para abate.
Preocupada com a situação, a Acrismat tem articulado junto ao poder público para que medidas emergenciais sejam implantadas, na tentativa de encerrar a crise, mas até o momento os pedidos não foram atendidos. Entre as solicitações estão a inclusão de novas finalidades da atividade no Programa de Desenvolvimento Rural de Mato Grosso (Proder), a redução da alíquota do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) incidente sobre a carne suína no comércio interno e externo e a postergação de dívidas de curto prazo dos suinocultores.
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“Solicitamos recentemente um levantamento das dívidas vencidas e vincendas de todos os produtores para que possamos pleitear junto ao Ministério da Agricultura a possibilidade de recursos à suinocultura no Centro-Oeste. Além da possibilidade da postergação do vencimento de algumas dívidas dos suinocultores”, explicou o diretor executivo da Acrismat, Custódio Rodrigues.
O ESTADO – Durante a reunião em Brasília, o secretário de Desenvolvimento Econômico de Mato Grosso, César Miranda, destacou a necessidade reconhecimento do estado de emergência para o setor de suinocultura em Mato Grosso. O reconhecimento permitirá que o Governo do Estado conceda incentivos aos produtores do setor.
César Miranda apontou a viabilidade da medida para amparar os produtores que estão com dificuldades financeiras, em função da alta de preços dos insumos de produção dos suínos.
“O Governo do Estado deseja ajudar o setor e com o reconhecimento da situação de emergência isso será possível. Essa solução tributária permitirá ao Governo desonerar o produtor e assegurar a manutenção dos empregos e renda no Estado”, enfatizou Miranda.
O senador Wellington Fagundes, que também participou da reunião, informou ao ministro as cifras que representam as perdas que os suinocultores vêm sofrendo. “Cada suinocultor tem perdido cerca de R$ 300 por cabeça, a situação é insustentável para quem quer sobreviver e levar renda a sua família com a atividade pecuária”, argumentou Fagundes.
Em resposta ao apelo da comitiva, o ministro afirmou que irá priorizar o assunto. “É interessante a ideia de dividir entre a União e o Estado a responsabilidade de compensar os produtores. Vamos trabalhar isto com prioridade no Ministério”, destacou Montes.
O ministro citou a possibilidade de estender a compensação ao setor aos demais Estados brasileiros.
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