O comentarista político e especialista em comunicação digital Caio Coppolla avaliou que o segmento do agronegócio é “imparável” (não pode ser interrompido) e deve continuar no caminho da prosperidade de um Brasil que preserva, produz, prospera e que é exemplo para outros países.
A avaliação foi feita durante sua palestra intitulada “O Agro e o Brasil: realidade, narrativas e perspectivas”, realizada na quarta edição do evento Arroba e Prosa, promovido pela Associação dos Criadores de Mato Grosso (Acrimat), na semana passada, em Cuiabá (MT).
Durante a palestra, Coppolla apresentou o segmento do agronegócio e os impactos nos cenários econômico, ambiental e político, tendo em vista o atual contexto eleitoral. Ele destacou que o país é um celeiro do mundo — apesar da “mão pesada do Estado”, que cria muitas leis, burocracia e ainda dificulta o avanço do segmento.
“O Brasil já deveria ter alcançado sua posição há muito tempo. Esse é um Brasil que preserva, produz, prospera, dá muito certo e pode servir de modelo para outros empreendimentos, atividades e modelos de comunidade para o mundo todo”, afirmou.
Coppolla ressaltou ainda que o Brasil somente não alcançou essa posição diante da grande imposição e exigências supostamente ambientais de outros países, especialmente europeus. Segundo ele, as críticas e tentativas de países europeus de intervirem nas decisões ambientais do Brasil são uma “hipocrisia”, visto que não há uma preocupação real com a questão ambiental, mas econômica, além de um falso discurso de que o agronegócio no Brasil é um grande vilão do meio ambiente.
“Esse discurso não passa de protecionismo comercial travestido de pseudoambientalismo. A falsidade e a hipocrisia está em que, se formos ver, a cobertura vegetal nativa do Brasil, e também Mato Grosso, dão aula disso. São dois terços do território preservados e, disso, metade está dentro de propriedades rurais, que são protegidas. O produtor rural, então, é o maior aliado do meio ambiente. Exatamente o oposto do que é falado e do que ocorre nos países europeus”, afirmou.
E é por discursos internacionais errôneos como estes, segundo Coppolla, que os produtores rurais, e toda a sociedade de uma forma geral, ainda enfrentam múltiplos desafios, que tendem a se intensificar quando se analisa o cenário político que está posto atualmente, com dois grupos políticos opositores, com projetos e uma visão de Brasil contrárias.
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“Vejo no Brasil duas forças disputando o poder. De um lado existe a força estatista, que privilegia o Estado. E do outro, uma força que privilegia a pátria. A pátria é inconquistável, que fala do vínculo afetivo das pessoas, mesmos valores e mesmas crenças, crescendo em torno de um bem comum. Já o Estado é uma ficção jurídica, construção burocrática, que pode ser cooptado por um projeto de poder que deseja interferir na sociedade sem se preocupar com a pátria”, disse.
Segundo Coppolla, é preciso que a sociedade esteja vigilante diante dos projetos que são apresentados e tenha otimismo de que, independentemente da situação, o agronegócio é imparável e que não pode regredir, pois tem uma grande importância econômica para o Brasil e para a segurança alimentar de todo o mundo.
“É nítida a apreensão das pessoas em relação ao futuro do país diante do cenário eleitoral, mas acho que a mensagem foi de tranquilidade. De otimismo vigilante. Mas de tranquilidade no sentido de que o agro é imparável, entrou num trilho que é tão vital para a segurança alimentar e para economia brasileira que poucas coisas podem atrapalhar. O ideal é continuar no caminho de prosperidade e confio muito na ética do trabalho e resiliência do produtor“, concluiu.
O presidente da Acrimat, Oswaldo Pereira Ribeiro Júnior, reforçou também a importância do produtor rural para o Brasil e o mundo – e a relevância dos dados apresentados por Coppolla para a compreensão dos impactos que a escolha de um projeto político pode ocasionar para o futuro do segmento do agro.
“O cenário político nacional hoje está muito ruim, mas crises existem e sempre vão existir. O que temos a fazer é produzir e fazer o nosso melhor, independentemente do que vai acontecer no cenário político. Não temos como prever o futuro. O importante é a dedicação e o trabalho. Apesar de tudo, estamos preparados para o que vier”.
Para o presidente da Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de Mato Grosso (Famato), Normando Corral, a palestra foi esclarecedora e importante no sentido de abrir os olhos para a situação futura do Brasil.
“É uma aula que o Coppolla nos deu. Passamos por um período de governos anteriores, de pandemia e da guerra, que causou grandes transformações no Brasil e no mundo. Mas o Brasil e os brasileiros são maiores que isso, especialmente no nosso Estado e na nossa atividade. Temos que melhorar nossas escolhas para que continuemos avançando e nos tornemos um país desenvolvido. E o setor em que nós atuamos, da produção agropecuária, é uma das respostas que o Brasil tem que dar para tudo isso, pois sempre produzimos independentemente da situação e fazemos isso com excelência “, concluiu.
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