O relatório da Aliança Agroeconômica do Centro-Oeste do 2º trimestre de 2022 divulgado, ontem, traz em destaque a análise do uso dos recursos para custeio na safra 2021/2022, estimativa do milho segunda safra, média do volume de leite captado no primeiro trimestre do ano, resultados da pecuária de corte no Centro-Oeste.
O documento com divulgação trimestral é resultado da cooperação técnica entre a Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), Imea, Instituto para Fortalecimento da Agropecuária de Goiás (Ifag) e Federação da Agricultura e Pecuária de Mato Grosso do Sul (Famasul).
A publicação traz informações focadas na região que tem a maior pujança no mercado agropecuário brasileiro, segundo a Aliança o objetivo é fornecer informações que possam subsidiar o produtor rural nas tomadas de decisões, assim como as instituições do agro, públicas ou privadas.
No plano safra 2021/2022, encerrado em junho deste ano, o Centro-Oeste representou uma participação de 28,08% sobre o valor total utilizado no país, com a captação de R$ 44,95 bilhões dos R$ 160,06 bilhões disponíveis para custeio no País. Mato Grosso teve maior participação, no qual demandou R$ 17,22 bilhões.
Já para o plano safra 2022/2223 o desafio será maior para os produtores, tendo em vista um aumento nos juros devido a taxa Selic, o que já era aguardado pelo setor. O governo federal disponibilizou R$ 340,8 bilhões de crédito, aumento de 35,6% em relação ao plano safra anterior. Esse montante será dividido entre linhas de custeio, investimento, industrialização e comercialização. Mesmo com o valor recorde, o crédito ficou mais caro para todas as linhas de financiamento.
MILHO – O milho 2ª safra no Centro-Oeste tem estimativa reduzida, ante ao relatório de abril, para a safra 2021/2022. A produção da região deve chegar a 61 milhões de toneladas das 88,45 milhões de toneladas estimadas para a produção do País. Somente Mato Grosso, considerado maior produtor brasileiro de milho, de acordo com o Imea, deve produzir na segunda safra 39,2 milhões de toneladas.
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LEITE – O cenário de recuo na captação de leite vem sendo observado desde o 2º semestre de 2021 e seguiu na mesma tendência para o 1º trimestre de 2022. O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) registrou a maior queda na série do instituto, tendo apresentado uma diminuição de 10,3% no volume captado de leite no País, no comparativo do 1º trimestre de 2022 com o mesmo período de 2021.
No Centro-Oeste a maior queda foi registrada em Goiás, com recuo de 23,1%, seguidos por Mato Grosso e Mato Grosso do Sul, ambos com redução de 15% no 1º trimestre de 21/22. O cenário explica, em partes, a alta nos preços da matéria-prima e, consequentemente, nos derivados lácteos.
ABATE NO CENTRO-OESTE – O 2º trimestre de 2022 foi marcado pela desvalorização no preço da arroba do boi e da vaca gorda, nos três estados do Centro-Oeste (Goiás, Mato Grosso e Mato Grosso do Sul). O preço médio do boi gordo foi R$ 284,18/@ e da vaca R$ 267,62/@, retração de 7,97% e de 7,66%, respectivamente, ante ao registrado nos três primeiros meses de 2022.
O relatório também trouxe informações e estatísticas das microrregionais do Centro-Oeste, custo de produção, produção, mercado interno e internacional.
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