Em Cotriguaçu, 1,2 mil quilômetros de distância de Cuiabá, foi inaugurado no último sábado (17) um barracão de beneficiamento, para fomentar o trabalho dos extrativistas de castanha-do-Brasil. O novo empreendimento de armazenamento do produto deve melhorar a expansão do negócio e trazer garantia de indústria aos coletores.
A idealização do barracão acontecia ainda nas reuniões da Associação de Coletores e Coletoras de Castanha-do-Brasil do PA Juruena (ACCPAJ), realizadas nas calçadas das ruas do município, na região amazônica.
Antes, as castanhas eram vendidas em estradas, postos de gasolina ou mesmo nas fazendas onde eram coletadas. Agora, com o espaço de mais de 800 m², o barracão será usado nos processos de descascamento, tratamento, seleção e embalagem da castanha-do-Brasil, coletada pelas cerca de quarenta famílias extrativistas integrantes da organização.
Além do barracão, os extrativistas receberam duas motocicletas para a coleta das castanhas e uniformes.
A construção e doação é uma realização do Redes Socioprodutivas, projeto do Instituto Centro de Vida (ICV). Com financiamento do Fundo Amazônia/BNDES, desde 2018 o projeto visa apoiar comunidades das cadeias de hortigranjeiros, café, leite, babaçu e castanha-do-Brasil.
Cotriguaçu é um dos municípios que integram a região conhecida como “Arco do Desmatamento”.
De acordo com dados do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) de 2018, o município, que tem sua economia baseada na pecuária extensiva e exploração madeireira, teve 22% de sua área florestal total desmatada até o ano de 2015.
Demarcado em 1997, o Projeto de Assentamento (PA) Juruena tem cerca de 500 famílias estabelecidas em 30 mil hectares no município. Um estudo do ICV realizado em 2009 mostrou que mais de 40% dessa área havia sido desmatada apenas nos primeiros 10 anos de abertura dos lotes.
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