O ministro da Agricultura e Pecuária, Carlos Fávaro, recebeu a diretoria da Confederação de Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), ontem, no Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) para um diálogo sobre as propostas de financiamento para o setor, especialmente o Plano Safra. O documento entregue pelo presidente da CNA, João Martins, detalha dez pontos considerados pela entidade como prioritários no Plano Safra 2023/2024.
As demandas apresentadas pelos produtores mostram que o volume de recursos necessários para o PAP 2023/2024 é de R$ 403,88 bilhões em operações de crédito rural, dos quais R$ 290,7 bilhões destinados para custeio/comercialização e R$ 113,09 bilhões para investimentos.
As sugestões tratam da destinação de recursos para o Plano Agrícola e Pecuário (PAP) e detalham questões como aumento do limite de renda para produtores nos programas de crédito rural, redução na taxa de juros nas operações de crédito rural e ampliação de linhas de crédito para pequenos e médios produtores, entre outros itens listados como forma de contribuição para o PAP, nesse período. Segundo a CNA, o trabalho foi elaborado em conjunto com as federações de agricultura e pecuária, sindicatos rurais, produtores e entidades setoriais das cinco regiões do País.
Ao receber o documento, Fávaro destacou o importante trabalho da CNA e considerou a iniciativa oportuna no momento em que o Plano Safra está sendo elaborado.
“A CNA é a legítima representante de todos os produtores brasileiros. Ela fez um belo trabalho mostrando, regionalmente, as particularidades e os anseios dos mais diferentes tipos de produtores, que certamente serão acatados. Discutimos outras ações também para que juntos tenhamos um plano safra mais moderno eficiente que atenda ao produtor brasileiro“, afirmou o ministro ao destacar que o Mapa e a CNA vão juntos continuar cumprindo seu papel no fortalecimento da agropecuária brasileira.
“Somos parceiros. A CNA defende e busca o que é melhor para a agropecuária brasileira e o ministro também, então seremos parceiros”, concluiu o presidente da CNA, João Martins.
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Abaixo os dez itens listados no documento entregue ao ministro:
1. Garantir que os recursos anunciados no Plano Agrícola e Pecuário estejam disponíveis ao longo de toda a safra, sem interrupções e de forma previsível para que os produtores
2. Disponibilizar R$ 25 bilhões ao orçamento para subvenção às operações de crédito rural do Plano Agrícola e Pecuário 2023/24, sob a forma de equalização de taxas de juros dos financiamentos
3. Garantir redução nas taxas de juros das operações de crédito rural, disponibilizando valores condizentes com a atividade agropecuária
4. Garantir orçamento de R$ 2 bilhões para a subvenção ao prêmio de seguro rural em 2023 e R$ 3 bilhões para 2024
5. Aumentar o limite de Renda Bruta Agropecuária para enquadramento dos produtores nos programas de crédito rural (Pronaf, Pronamp e demais)
6. Priorizar recursos para as finalidades de investimento, especialmente para pequenos e médios produtores (Pronaf e Pronamp), e para os programas para construção de armazéns (PCA), irrigação (Proirriga), investimentos necessários à incorporação de inovações tecnológicas nas propriedades rurais (Inovagro) e o Programa ABC+
7. Possibilitar a utilização de parte da exigibilidade de recursos dos depósitos à vista em subvenção aos Fundos de Investimento das Cadeias Agroindustriais (Fiagros)
8. Aumentar limite de financiamento de custeio para todos os enquadramentos. A elevação dos custos de produção fez com que os limites atuais de crédito não atendessem aos produtores, os forçando a contratar créditos de fontes mais caras para suprir a demanda
9. Regulamentar a Lei Complementar 137/2010 que criou o Fundo de Catástrofe
10. Fomentar linhas de crédito públicas ou privadas para promover a agricultura regenerativa.