Com uma produtividade um pouco menor que na safra passada, a colheita da safra 2015/2016 de soja entrou na reta final em Mato Grosso.
O site Mato Grosso Econômico levantou que até sexta-feira (25), o boletim do Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea), apontou que a colheita no estado alcançou 91,55%. Já iniciam os preparativos para a compra dos insumos da próxima safra.
Segundo o Imea houve um avanço de 6,49% sobre o índice colhido até a semana anterior, e um atraso de -2,28% em relação ao mesmo período do ano passado (93,83% estavam colhidos nesta época).
A região que está mais avançada na colheita até o momento é a oeste, com 99%, seguido da região médio-norte, com 96,05%, e da centro-sul, com 95,08%. Em relação ao mesmo período do ano passado, a região norte é a mais atrasada (-3,81% na colheita). A região que menos colheu a safra de soja, até o momento, é a nordeste, com 73,56% da área originalmente semeada.
Observando às produtividades, a região sudeste, integrada por Rondonópolis, Primavera do Leste e Campo Verde, é a única que vem apresentando crescimento em relação à safra passada. Nesta semana, o relatório do Imea apontou produtividade de 52,15 sacas de soja por hectare na região sudeste, representando um aumento de 0,42 sacas por hectare em relação a 2015, que foi de 51,73 sacas por hectare. Entre as regiões com queda de produtividade, a médio-norte tem, até agora, uma redução mais expressiva, de 4,21 sacas por hectare entre 2015 e 2016 (saindo 52,75 para 48,54 sacas por hectare).
A produtividade média na última semana em Mato Grosso foi de 50,28 sacas de soja por hectare, um pouco menor que no mesmo período do ano passado: 52,24. Apesar da redução, os números são melhores do que os esperados inicialmente, considerando a irregularidade climática no início do ciclo, principalmente falta de chuvas. Os resultados mostram que as perdas registradas foram pontuais, localizadas. Nessa realidade, no município de Ipiranga do Norte, distante 439 quilômetros da capital, a estiagem provocou perdas significativas de produtividade em algumas propriedades.
Com o começo da compra dos insumos da próxima safra, os produtores, segundo o Imea, já se deparam com grandes desafios. O organismo calcula que o custo total de produção deve crescer 12%, atingindo a média de R$ 3.306/ha, puxado, sobretudo, pelo dólar elevado. O ponto crucial da próxima safra está em torno das receitas. Desde o ano passado, observa que os preços internos se tornaram cada vez mais “dependentes” de escaladas do dólar.
“Atualmente, os preços da safra 16/17 ofertados pelas trades, com média próxima a R$ 63/saca, são 10,5% acima dos patamares registrados no preço futuro do ano passado, entretanto, abaixo do aumento no custo aguardado na safra 16/17. Diante disso, os produtores devem ficar bem atentos às oportunidades geradas pelas oscilações do dólar para travar não só seus custos como as vendas da nova safra”, orienta a equipe do Imea-MT.
O preço da soja em grão vem registrando no 1º trimestre de 2016 patamares inéditos em Mato Grosso, refletindo o dólar elevado. Para se ter uma ideia, o Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea) informa que a média do preço de compra no 1º trimestre de 2016, de R$ 62,30/saca na média de Mato Grosso, está 34% mais valorizada do que a média dos últimos cinco anos, que foi de R$ 46,40/saca.
Apesar disso, a pedida do produtor (preço de venda) não vem recuando, pelo contrário, a média do 1º trimestre de 2016 é a maior já registrada da série histórica do Imea (desde 2010). Uma das justificativas está em torno dos altos custos produtivos da safra atual e nova alta nos custos da próxima safra. Em março, o preço de negociação (compra) da soja disponível recuou no Estado, refletindo no esfriamento das negociações e elevações na pedida do produtor.
Segundo o organismo, daqui para frente, os preços de venda tendem a recuar à medida que o produtor precisar realizar negócios para cobrir seus custos, sobretudo, da próxima safra.