Dados atualizados pelo Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea) revelam dois momentos distintos para a comercialização da soja no Estado. Enquanto o grão da safra atual, 2021/22, avança, a demanda pela oleaginosa do novo ciclo, 2022/23, empaca na cautela das duas pontas dos negócios: comprador e vendedor.
Conforme o Imea, a comercialização da safra 2021/22 avançou 6,51 pontos percentuais (p.p.) no mês de março, alcançando 67,84% da produção já negociada. “Os avanços foram motivados, principalmente, pela maior disponibilidade do grão devido à evolução da colheita”, apontam os analistas.
Mesmo com vendas ritmadas sob um cenário de cotações atingindo níveis recordes na primeira quinzena de março, o preço médio comercializado apresentou queda de 2,24% no comparativo mensal, fixando médias de cerca R$ 160.
Leia também: A guerra da Rússia e a necessidade de uma solução para os fertilizantes no Brasil
Em relação à demanda pela soja futura, da temporada 2022/23, as negociações alcançaram 20,38% da produção estimada, avanço de 4,09 p.p. em relação a fevereiro. “As incertezas quanto à próxima safra, devido à baixa disponibilidade de insumos e custos elevados, têm limitado as negociações futuras”, explicam os analistas do Imea.
Outro ponto destacado é que com as desvalorizações das cotações do dólar e da CME-Group (Bolsa de Chicago) nas últimas duas semanas de março, o preço médio da safra 2022/23 recuou 5,46% ante ao mês passado.
Conforme o Imea, a colheita da safra atual de soja no Estado entrou o mês de abril com praticamente 100% dos trabalhos concluídos, apenas com áreas pontuais no nordeste e no sudeste mato-grossense. São esperadas mais de 39,19 milhões de toneladas (t), volume que se confirmado será 8,72% acima do registrado na temporada anterior e pontuando mais um recorde.
Leia mais: Custos da nova safra de soja em MT já apontam alta de 60%