A segunda estimativa para a safra de grãos 2022/23, da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), aponta para mais um recorde de produção de Mato Grosso, que deve colher quase 90 milhões de toneladas (t) – 89,94 milhões t – volume que representa crescimento de 4% sobre o recorde anterior. Se os números se consolidarem, a oferta mato-grossense de grãos será responsável por 28,43% da safra brasileira.
O novo recorde para Mato Grosso está alicerçado em projeções otimistas para o algodão, para o milho e, por enquanto, à soja. Aliás, o protagonismodo milho mato-grossense deve fazer a diferença sobre os resultados deste ciclo. O milho deve superar a oferta da soja nesta nova temporada. Conforme a entidade, o cereal deve totalizar produção recorde de 44 milhões de toneladas (t) contra uma expectativa à oleaginosa de 41,53 milhões t, praticamente estável em relação ao realizado na safra 2021/22.
Ainda, conforme essa nova atualização da Conab, divulgada ontem, mesmo com projeção de mais uma área recorde dedicada à soja, em Mato Grosso – principal estado produtor do grão – os trabalhos se aproximam do fim e as lavouras apresentam bom desenvolvimento, apesar da irregularidade das chuvas. A superfície deve somar 11,76 milhões de hectares (ha), ganho anual de 5,9%, porém, a produção deve crescer 0,1%, em relação ao realizado na safra anterior em 41,49 milhões t.
Leia também: Baixa demanda reduz em até 25% preço dos fretes em MT
Entre as três principais culturas do Estado – soja, milho e algodão – é o algodão que aponta a maior expansão anual, projeção de aumento em 18,9% da produção de pluma, que deve atingir 2 milhões t. Enquanto isso, a área plantada deve consolidar aumento anual de 2,7%.
Para o Brasil, estão projetadas 313 milhões t, aumento de 15,5% se comparado com o resultado obtido no último ciclo, o que representa quase 42 milhões t a mais. O crescimento reflete uma estimativa de elevação na área plantada da soja, segundo a Conab. No geral, a área semeada no país deverá chegar a 76,8 milhões de hectares, ante aos 74,5 milhões de hectares cultivados em 2021/22. “Esse acréscimo é explicado, entre outros fatores, pelo avanço em importantes estados produtores da agricultura em áreas de pastagens degradadas, ou ainda, da opção pela oleaginosa em detrimento a outras culturas devido à melhor rentabilidade”, pondera o presidente da Conab, Guilherme Ribeiro.