A produção de grãos na safra 2024/25, em Mato Grosso, deve ser ainda maior. Em mais uma revisão positiva da produção – mesmo que ligeira – a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) reavaliou a safra de 102,64 milhões de toneladas (t), em maio, para 104,82 milhões agora em junho. Em ambas as possibilidades, o saldo é recorde ao estado e o mantém como o maior produtor nacional de grãos e fibras pelo 13º ano seguido.
A safra atual se sustenta na produção do algodão, do milho safrinha e da soja, cuja colheita deste ciclo foi finalizada em abril. A oleaginosa segue sendo o carro-chefe, com elevação de quase 29% e a confirmação de novo recorde. Conforme a Conab, a oferta estadual passou de 39,34 milhões t para 50,58 milhões t.
Para a pluma a oferta crescerá 2,5%, passando de 2,65 mil t para 2,71 mil t. Para o milho, em segunda safra, com a colheita recém iniciada, a projeção é de crescimento anual de 0,4%, de 48,20 milhões t para 48,39 milhões t.
Para o Brasil, o saldo nova estimativa da Conab aponta também para novo recorde de produção podendo registrar uma alta de 13% em relação ao resultado obtido no ciclo anterior, ou seja, um acréscimo de 38,6 milhões t. Esses e outros dados fazem parte do 9º Levantamento da Safra de Grãos 2024/25. Ainda de acordo com o documento, o bom desempenho se deve às boas produtividades das lavouras, projetada em 4.108 quilos por hectares, aliado ao aumento de 2,3% da área cultivada, estimada em 81,8 milhões de hectares.
Principal produto semeado na segunda safra, o milho deve registrar uma produção total de 128,3 milhões t no Brasil. Os trabalhos de colheita da 2ª safra de milho foram iniciados em Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, Tocantins, Maranhão e Paraná. A expectativa é de que apenas neste ciclo sejam colhidas 101 milhões t, crescimento de 12,2% se comparado com a 2ª safra do grão na temporada passada. A boa expectativa é influenciada pelas boas produtividades alcançadas, que refletem as condições climáticas favoráveis ao cereal que ocorreram durante todo o ciclo na maioria das regiões produtoras, além do manejo adequado adotado pelos produtores brasileiros.
Outro produto de destaque é o algodão, que já aponta para uma colheita de 1,4% da área semeada. A produção da pluma está estimada em 3,9 milhões t, 5,7% superior à safra de 2023/24. Este resultado se deve ao crescimento de 7,1% na área cultivada, uma vez que as chuvas irregulares, até o momento, estão refletindo em uma produtividade inferior à observada na safra anterior, mas suficientes para manter o desenvolvimento das lavouras.
No caso do feijão, produto cultivado em 3 ciclos ao longo do ano, a expectativa é de uma produção total de 3,17 milhões t, o que garante o abastecimento interno. Na primeira safra da leguminosa, com a colheita encerrada, o volume produzido atingiu 1,1 milhão t. Para a segunda safra, predomina os estágios de enchimento de grãos e maturação, mas já há locais com a colheita em andamento, com destaque para o Paraná e Minas Gerais, onde os trabalhos somavam 98% e 74% respectivamente em 31 de maio. Já a terceira safra se encontra em fase de plantio.
Para o arroz, outro importante alimento para o mercado interno que registra a colheita praticamente finalizada, a Conab verifica um crescimento de 14,9% na produção, estimada em 12,15 milhões t. Essa alta é justificada tanto pela maior área semeada do grão, bem como pelas condições climáticas mais favoráveis, sobretudo no Rio Grande Sul, maior produtor nacional.
Os produtores de soja também já finalizaram os trabalhos de colheita. A produção da oleaginosa está estimada em 169,6 milhões t, 21,9 milhões t superiores à safra de 2023/24, volume recorde na série histórica da Companhia. O bom resultado é justificado pela utilização crescente de tecnologia pelos produtores, aliada às boas condições climáticas na maioria das regiões produtoras.
Dentre as culturas de inverno, destaque para o trigo com semeadura atingindo cerca de 42% da área destinada para a cultura. O plantio no Paraná atinge 72% da área, índice similar à média dos últimos cinco anos. Já no Rio Grande do Sul, o plantio chega a 8% da área. Os trabalhos no estado gaúcho, principal produtor do cereal, foi limitado em virtude da ocorrência de chuvas frequentes e da curta duração dos períodos de tempo seco no final do mês.
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