Os preços médios do boi gordo apresentaram queda pelo quarto mês consecutivo. Em novembro, o recuo foi de 2,17% em comparação a outubro. Contudo, o final da entressafra proporciona um mercado mais ajustado e, com o aumento da demanda causado pelas festividades de fim de ano, o cenário aponta para a sustentação dos preços nos próximos períodos. As informações são da nova edição do boletim AgroConab, publicado Companhia Nacional de Abastecimento (Conab).
Regionalmente, o Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea), registrou a movimentação da arroba no Estado. Conforme os analistas, a queda é pautada pelo elevado número de animais aptos ao abate no mercado, a arroba do boi gordo fechou 2022 com queda de 3,90% ante a 2021. A vaca gorda também seguiu ritmo de queda e registrou redução de 5,05% em relação a 2021. Neste viés, o indicador ficou na média de R$ 263,86/@. A reboque desse cenário, a cotação do bezerro de ano caiu 5,12% este ano, ante a 2021. A alta oferta de animais de reposição justificou o movimento de baixa.
A Conab, destaca ainda, que o contexto de queda no consumo interno em razão do baixo poder aquisitivo do consumidor, observada em 2022, começa a desacelerar. Enquanto isso, as primeiras estimativas apontam para uma recuperação de 2,9% na produção de carne bovina no próximo ano.
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O aumento das exportações tem mitigado os efeitos da crise no consumo interno e esse bom ritmo tem ajudado a sustentar o mercado. O volume de exportações em novembro de 2022 foi 67,8% superior ao apurado no mesmo período de 2021. O preço em dólar por tonelada de carne também vem registrando sucessivas quedas desde junho deste ano. Em novembro, a redução foi de 10,2% em relação ao mês anterior.
Apesar da diminuição da demanda chinesa, que causou redução das exportações de carne bovina em novembro de 2022 em relação ao mês de outubro, o volume acumulado do exportado em 2022 é recorde, com 2,78 milhões de toneladas. O mercado internacional apresenta aumento da demanda pelo produto brasileiro, favorecido pelos conflitos no leste europeu e ainda pela forte demanda chinesa, cujas dificuldades de suprimento de proteína animal ainda são elevadas como decorrência da Peste Suína Africana. Embora as exportações se mantenham firmes, a China continua a pressionar os preços para baixo.