A safra mato-grossense de grãos e algodão recebeu o sétimo corte seguido nas estimativas de oferta para o ciclo 2023/24, conforme o 7º Levantamento divulgado pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab). Com mais um corte de perspectivas, Mato Grosso, maior produtor nacional amplia as perdas e o ciclo deve somar 84,31 milhões de toneladas, cerca de 16,5% menor em relação ao consolidado no ano passado.
Nesse ritmo, o estado mantém recuo anual da oferta acima da expectativa nacional, a perda será o dobro da perda prevista para o país, em -8%.
Conforme os novos números da Conab, espera-se que a produção brasileira de soja atinja 146,5 milhões de toneladas, representando uma queda de 5,2% em relação à safra anterior, que registrou 154,6 milhões de toneladas. O estado do Mato Grosso se mantém como líder na produção de soja, com uma participação de 26%, enquanto o Rio Grande do Sul surge como o segundo maior produtor desta safra, contribuindo com 15% do total, ultrapassando o Paraná, que enfrentou desafios significativos na safra atual.
Quanto à produção de milho, a Conab estima que a safra nacional alcançará 110,9 milhões de toneladas. O Mato Grosso se destaca como o maior produtor, contribuindo com 41,3 milhões de toneladas, ou 37% do total. Em segundo lugar está o Paraná, com uma participação de 14,8%.
“Com uma área estável, estimada em 78,53 milhões de hectares, a quebra se deve, sobretudo, à atuação da forte intensidade do fenômeno El Niño, que em 2023 teve influência negativa desde o início do plantio até as fases de desenvolvimento das lavouras nas regiões produtoras do país. Isso impactou na produtividade média, que saiu de 4.072 quilos por hectare para 3.744 kg/ha. Com a entrada da fase final da colheita das culturas de primeira safra, as atenções se voltam ao desenvolvimento das lavouras de segunda e terceira safra, bem como às culturas de inverno. O comportamento climático continua como fator preponderante para o resultado final do atual ciclo”, apontam técnicos da Conab.